Ministros e ministras da Área Pastoral refletem visão cristã da morte e exéquias
Diocese de Erexim – O Salão de Eventos do Seminário e o Santuário de Fátima acolheram 210 ministros e ministras da Área Pastoral de Erexim, formada pelas sete paróquias da cidade, para seu encontro anual, neste primeiro domingo de maio, dia 6, sexto do tempo pascal. Os encontros de ministros, neste ano, estão sendo por área pastoral. Por sugestão da sua comissão diocesana, o tema de estudo é a visão cristã da morte e a ressurreição e a celebração das exéquias. No encontro de domingo, Pe. Clair Favreto, Reitor do Seminário Maior São José da Diocese de Erexim em Passo Fundo, expôs a dimensão teológica e litúrgica de tal celebração. Lembrou alguns princípios da natureza da liturgia, dados históricos das exéquias na vida da Igreja e a dimensão pascal das mesmas, de passagem da morte para a vida. Enfatizou que o rito das exéquias, com celebração da Palavra ou com celebração eucarística, é direito do cristão e dever dos ministros da Igreja.
Pe. Cleocir Bonetti, Vigário Geral da Diocese, apresentou aspectos bíblicos e teológicos sobre a morte e a ressurreição. Teceu considerações sobre a morte biológica como percurso natural e a fé cristã na vida que vence a morte em Cristo Ressuscitado. Em sua exposição, aprofundou a passagem da ressureição de Lázaro, no capítulo 11 do evangelho de São João. Já o Pe. José Carlos Sala, Pároco da Paróquia Santa Luzia, Atlântico, e assessor diocesano de música sacra e canto litúrgico, ensaiou diversos cantos próprios para as exéquias, alternando com reflexões sobre a natureza do serviço do canto litúrgico, das disposições pessoais de crescimento na fé e na conversão de quem o realiza. O encontro teve seu encerramento com a celebração eucarística presidida por Dom José e concelebrada por Dom Girônimo e 8 padres, com a participação de 2 diáconos. A missa foi precedida pelo rito da vestição, ainda no Salão de Eventos, quando os ministros e ministras colocaram sua veste litúrgica e seguiram em procissão ao Santuário.
Na homilia, Dom José recordou o projeto vocacional “Cada comunidade, uma nova vocação”, lançado na Semana Santa, o Ano Nacional dos Leigos e a intenção do Papa Francisco proposta para o Apostolado da Oração em maio que contempla os leigos. A proposição do Papa está assim formulada: “Para que os fiéis leigos realizem a sua missão específica colocando a sua criatividade ao serviço dos desafios do mundo atual.”. À luz das duas leituras e do Evangelho do dia, o Bispo acentuou o mistério do amor de Deus e o mandamento dado por Cristo aos seus discípulos missionários: amar a todos como Ele amou. Trata-se de um amor que faz ir ao encontro dos caídos, machucados e feridos nas estradas do mundo. Estende os braços para erguer os pecadores com sua misericórdia, cura os corações feridos com o bálsamo do amor, rejuvenesce a esperança no coração dos aflitos com sua ternura, acalenta o coração e as forças dos desanimados com a sua presença, muitas vezes silenciosa, percebida apenas pelo coração de quem precisa de amor para continuar a viver e a amar.
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Íntegra da homilia do Bispo
Encontro de Ministros e Ministras da Área Pastoral de Erechim
6º Domingo da Páscoa – 06/5/18
Saúdo o Bispo emérito Dom Girônimo Zanandréa, o Vigário Geral Pe. Cleocir Bonetti, o Coordenador Diocesano de Pastoral Pe. Maicon Malacarne e através dele todos os sacerdotes e diáconos, os ministros e ministras presentes, seus familiares, amigos e todas as pessoas que estão participando conosco deste banquete da Santa Eucaristia.
Neste Ano Nacional do Laicato, permitam-me trazer presente todos os batizados que formam o povo de Deus das nossas comunidades, que vocês assistem como padres, diáconos, ministros e ministras. Meu pensamento se volta neste momento para os enfermos e seus familiares. Pessoas que vivem unidas ao Senhor Jesus, sob o olhar e a ternura de Maria, e sentem-se parte da comunidade de fé. Mesmo estando enfermas, no silêncio do quarto, deixam falar a voz do coração, vivendo uma profunda comunhão de amor com o Senhor Jesus, sua santíssima mãe a Virgem Maria e a comunidade de fé.
Queridos irmãos e irmãs, na Semana Santa deste ano, foi feito o lançamento da Ação Evangelizadora: “Cada comunidade, uma nova vocação”. É uma ação que parte da oração, da oração de uma dezena do terço, ou do terço todo. Algo simples que está ao alcance das crianças, dos jovens, das famílias, dos avós, de cada um de nós. Rezar o terço é colocar-se diante da Mãe, e pedir que ela nos apresente Jesus, caminho, verdade e vida, que nos conduz ao Pai. Vocês, queridos servidores e servidoras, são os grandes protagonistas dessa Ação Evangelizadora porque semanalmente vocês veem o rosto do povo de Deus nas comunidades, e alimentam sua fome e saciam sua sede de Deus, com o Pão da Palavra e o Pão da Eucaristia.
O Papa Francisco dedica a intenção de oração do mês de maio aos leigos. Ele afirma a necessidade de os leigos colocarem sua criatividade a serviço dos desafios do mundo, dando exemplo com sua fé através da solidariedade e do compromisso com a sociedade. Ele nos convida a nos unirmos em oração “Para que os fiéis leigos realizem a sua missão específica colocando a sua criatividade ao serviço dos desafios do mundo atual.”. “Precisamos do seu testemunho sobre a verdade do Evangelho e de seu exemplo ao expressar sua fé com a prática da solidariedade”, acrescentou.
Ele nos lembra, que depois da celebração do Concílio Vaticano II, a Igreja Católica se esforçou para deixar mais claro o papel dos leigos, que têm sido fundamental desde os primeiros séculos. A função dos membros que não integram o clero é ajudar nas quatro dimensões tradicionais da Igreja: a caridade, a comunhão, a evangelização e a liturgia.
“Os leigos encontram-se na linha mais avançada da vida da Igreja”, enfatizou Francisco. “Demos graças pelos leigos que arriscam, que não têm medo e que oferecem razões de esperança aos mais pobres, excluídos e marginalizados”.
Queridos irmãos e irmãs, o apóstolo São João, através das leituras, nos conduz diretamente ao coração, ao centro, ao núcleo incandescente do mistério de Cristo ressuscitado e Senhor da história: “Nisto consiste o amor: não fomos nós que amamos a Deus, mas foi ele que nos amou e enviou o seu Filho como vítima de reparação pelos nossos pecados” (1Jo 4,10). O sentido desta palavra vem confirmado e reforçado por uma afirmação do próprio Senhor Jesus, e pode ser assumido como a síntese essencial de todo o Evangelho que é Jesus Cristo, morto e ressuscitado para nós: “Ninguém tem um amor maior do que aquele que dá a sua vida pelos amigos” (Jo 15,13). Essa é uma palavra que alarga os espaços da nossa alma como os pulmões se alargam ou se dilatam para respirar o ar rarefeito quando se sobe nas altas montanhas, quando, finalmente, se pode sentir a parte mais sublime da nossa pessoa. Ter amigos na própria vida e estar em condições de dar a vida por eles, parece ser o segredo de uma felicidade plena e duradoura.
Mas como podemos chegar a sermos capazes de vivermos tudo isso, o dom de ter amigos e a capacidade de dar a vida por eles? A experiência do apóstolo São Pedro na casa de Cornélio pode nos ajudar na compreensão deste caminho. As atitudes de Cornélio revelam um homem tocado pelo Espírito Santo. Mas é a abertura de coração de Pedro que chama a nossa atenção: “De fato, estou compreendendo que Deus não faz distinção entre pessoas. Pelo contrário, ele aceita quem o teme e pratica a justiça, qualquer que seja a nação a que pertença. Pedro estava ainda falando, quando o Espírito Santo desceu sobre todos os que ouviam a palavra”.
Em plena celebração do tempo pascal, somos convidados a abrirmo-nos para um horizonte sempre mais de inclusão. No sentido de termos olhos abertos para discernirmos quanto o amor do Senhor se estende sobre todos, e é capaz de fazer brotar os sinais do seu Reino que vem, também de realidades e de lugares de que muitas vezes não esperamos. É este horizonte que nos abriu à palavra e aos gestos do Senhor, que mais uma vez nos pede para acolhermos a sua palavra como uma semente capaz de fecundar e transformar a história, da minha vida, da minha família e da minha comunidade: “Este é o meu mandamento: amai-vos uns aos outros, assim como eu vos amei” (Jo 15,12).
O Senhor Jesus nos pede para aprendermos com ele a capacidade e a modalidade de amar, e de nos deixarmos educar ou conduzir pelas atitudes do seu coração “porque Deus é amor” (1Jo 4,8). Não um amor egoísta, que tem preferência pelos justos, mas que sabe ir ao encontro dos caídos, machucados e feridos nas estradas do mundo. Estende os braços para erguer os pecadores com sua misericórdia, cura os corações feridos com o bálsamo do amor, rejuvenesce a esperança no coração dos aflitos com sua ternura, acalenta o coração e as forças dos desanimados com a sua presença, muitas vezes silenciosa, percebida apenas pelo coração de quem precisa de amor para continuar a viver e a amar.
Que a Virgem Maria, Senhora de Fátima, mãe presente na vida de Jesus e de cada um de nós, com sua ternura, seu silêncio e seu amor de mãe, interceda junto ao seu Filho Jesus pelos enfermos e seus familiares, pelas famílias, pelas nossas mães, pelos jovens, pelas nossas crianças, pelos nossos padres, pelos diáconos, pelas consagradas/os, pela perseverança dos seminaristas, pelos servidores e servidoras do Senhor na Igreja, para que continuem sendo sal da terra e luz do mundo a serviço do Evangelho nas nossas comunidades de fé.
Louvado seja nosso Senhor Jesus Cristo.