Mostrai-nos o vosso amor e dai-nos a vossa salvação

“Mostrai-nos o vosso amor e dai-nos a vossa salvação”. Assim recitamos no Salmo Responsorial deste II Domingo do Advento (Salmo 84). Como é importante “ver” e “sentir” o Amor de Deus por nós! Nunca é demais que o façamos. Com certeza não ficaremos indiferentes a esse Amor. Amor com amor se paga, diz o ditado. E ao correspondermos ao Amor de Deus, estaremos no caminho da salvação.

As Leituras da Missa de hoje, falam-nos mais uma vez do Amor que Deus nos tem e indicam os caminhos que devemos seguir para corresponder a esse Amor, onde estão os caminhos da salvação.

A 1ª Leitura (Isaías 40, 1-5.9-11) reporta-se, como já o fez a do Domingo passado, à experiência que o Povo de Deus viveu no exílio da Babilônia. Há 40 anos que este Povo tinha sido levado como escravo para a Babilônia, após as tropas de Nabucodonosor terem destruído Jerusalém e matado ao fio da espada muitos dos seus habitantes. Mas o Senhor não os esqueceu. Assim, o Profeta Isaías, lhes anuncia a libertação. Encontravam-se a cerca de mil quilómetros de Jerusalém, mas o Senhor pede já que sejam aplanados os caminhos no deserto, endireitando os caminhos tortuosos! O Senhor quer libertá-los, mas quer também que eles aceitem colaborar nessa mesma libertação. Então todos verão a glória do Senhor.

Preparai os caminhos do Senhor, é também o apelo que nos é dirigido, neste domingo. O tempo do Advento deve ser tempo de conversão. O nosso encontro com o Senhor que acontecerá, como mais uma vez nos lembra São Pedro na 2ª Leitura (2 Pedro 3,8-14), na hora em que menos pensarmos, virá como um ladrão. Exige a nossa vigilância com o endireitar os caminhos do Senhor.

Foi este o apelo de João Batista, como vamos ouvir no Evangelho de hoje (Marcos 1,1-8). E o povo acorria de toda a parte para o escutar. Ele mesmo, além do apelo a todos, deu exemplo para essa preparação. Apareceu no deserto vestido pobremente e comendo gafanhotos e mel silvestre. Deu exemplo de penitência e oração. Além de oferecermos a Deus, especialmente neste tempo, penitências e mortificações espontâneas, aceitemos a penitência que o Senhor nos der: dores, contrariedades da vida, cumprimento integral de nossos deveres, perseguições, calúnias. Transformemos a vida em oração: tudo fazendo para maior honra e glória do Senhor. É este o caminho sempre atual, que importa percorrer para experimentar o amor do Senhor, preparar o melhor possível a Festa de Natal e chegar à Pátria definitiva, para a qual todos fomos criados – o reino dos Céus. Nesta caminhada a Virgem Maria, Mãe da esperança, acompanhar-nos-á com a sua intercessão poderosa no esforço deste Advento.

Vivemos um momento especial, de muitas dificuldades, devido à pandemia presente em nosso mundo.

Saibamos enfrentar esta contrariedade com espírito de fé, confiantes na ação do Senhor, espalhando ao redor de nós, nos ambientes da família, das Paróquias, do trabalho, a esperança cristã que nos leva a saber e a anunciar que deste mal sairá um grande bem para todos. Vivamos a caridade cristã, não nos esquecendo que esta pandemia exige uma atenção especial para com os irmãos e para com as famílias de nossas Comunidades e Municípios que passam por sérias dificuldades.

Saibamos fazer-nos presentes nesta situação tão difícil que todos vivemos.

“Vem Senhor, não tardes mais. Vem nos dar a vida, vem nos dar a paz.”

Dom Antônio Carlos Rossi Keller – Bispo de Frederico Westphalen