Natal: Um Deus que se fez Homem

Minha saudação e votos de Feliz Natal a todos quantos acompanham a Voz da Diocese.

Preparados pelo tempo do Advento, celebramos o Natal do Senhor. Celebrar o Natal é celebrar o Mistério da Encarnação de Deus. O Evangelho de São João afirma: “Deus amou tanto o mundo, que entregou o seu Filho Único, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Deus não enviou o seu Filho ao mundo para julgar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por ele” (Jo 3,16-17).

Prezados irmãos e irmãs. O profeta Isaías anunciou a vinda do Messias dizendo: “Eis que uma virgem conceberá e dará à luz um filho e lhe porá o nome de Emanuel”, porque Deus está conosco (Is 7,14). A profecia de Miquéias diz que é de Belém, uma pequena e pobre aldeia de Judá, que virá Aquele que governará Israel. Miquéias ressalta, ainda, algo mais importante: “Sua origem vem de tempos remotos, desde os dias da eternidade” (Mq 5,1). Portanto, o Messias esperado é o próprio Deus, o Eterno, que vem a nós. E tantos outros textos nos indicam a vinda de Jesus.

O Natal é, portanto, a celebração do mistério da presença de Deus entre nós. Deus, na plenitude dos tempos, fez-se humano, exceto no pecado. O Evangelho de São João diz: “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós” (Jo 1,14). Lucas descreve este acontecimento de uma forma mais humana: “José subiu de Nazaré para Belém, para registrar-se, com Maria, que estava grávida. Enquanto estavam em Belém, Maria deu à luz o seu filho primogênito. Ela o enfaixou e o colocou numa manjedoura, pois não havia lugar para eles na hospedaria” (Lc 2,4-7). Esses pormenores, do texto do Evangelho denota que Deus se fez humano, igual a todos nós, menos no pecado. Ele nasceu numa família humilde e simples; numa estrebaria, numa manjedoura,

Este menino, nascido em Belém, é a Luz do mundo. O profeta Isaías dizia: “o povo que andava nas trevas viu uma grande luz. Para os que habitavam nas sombras da morte, uma luz resplandeceu. Nasceu para nós um menino, foi nos dado um filho. Ele é o Conselheiro Admirável, o Deus Forte, o Príncipe da Paz” (Is 9,1-5). Jesus de Nazaré, o Filho de Deus encarnado, é portador da justiça, do amor e da paz que não tem fim, em vista da santidade. Por isso, o Anjo do Senhor disse aos pastores: “Não tenhais medo! Eu vos anuncio uma grande alegria, que o será para todo o povo: hoje, na cidade de Davi, nasceu para vós o Salvador, que é o Cristo, o Senhor” (Lc 2,10-11).

Caros irmãos e irmãs. Celebrar o Natal é acolher esta Boa Notícia de que Deus, além de nos ter dado a vida, enviou-nos seu próprio Filho, Jesus Cristo, para nos salvar. Jesus, nascido na pobreza e na simplicidade de Belém, é o Salvador, o Messias esperado, aquele que Deus Pai enviou para nos mostrar o caminho da vida, da santidade e da paz. Ele é a Luz do mundo, o Príncipe da paz. Ele é o grande presente que Deus deu à humanidade. Deus doa gratuitamente a salvação a todas as pessoas que acolhem Jesus e sua Proposta. Por isso, o Natal é, como disse o Anjo aos pastores, motivo de “grande alegria”. Não se entende o Natal sem alegria. O Natal é a festa da alegria, porque somos amados por Deus com a presença de Seu Filho Único entre nós. Ele é a Presença de Deus mesmo a toda a humanidade. Em Jesus, todos fazemos parte da grande família de Deus, pois nos tornamos filhos de Deus no Filho.

Somos, portanto, convidados a acolher o Emanuel (Is 7,14; Mt 1,23), como presença permanente de Deus entre nós. Isto significa acolher a própria Salvação de Deus. Assim, somos convidados a assumir a realidade da encarnação, na qual Deus assumiu nossa natureza humana para que, como “filhos de Deus”, santifiquemo-nos e santifiquemos o mundo. No Natal, somos chamados a acolher o Salvador que significa passar a viver como Jesus viveu.

Assim sendo, desejo a todos um feliz e abençoado Natal na presença e na contemplação do Menino Jesus e um bom domingo.

Dom Adimir Antonio Mazali – Bispo Diocesano de Erexim