O Papa Francisco no Iraque

“Sou peregrino penitente, de paz e de esperança”, assim se apresentou o Papa Francisco ao povo iraquiano em sua Viagem Apostólica nos dias 5 a 8 de março de 2021.

“Gostaria de lhes trazer a carícia afetuosa de toda a Igreja, que está próxima de vocês e ao mortificado Oriente Médio e os encoraja a seguir em frente. Não permitamos que prevaleçam os terríveis sofrimentos que vocês sofreram e que tanto me afligem. Não desistamos diante da propagação do mal: as antigas fontes de sabedoria de suas terras nos guiam para outro lugar, para fazer como Abraão que, embora tenha deixado tudo, nunca perdeu a esperança (cf. Rm 4, 18) …

O Primaz da Igreja caldeia se pronunciou: – “Esta visita é como um sonho que se torna real. Somos como crianças que se preparam para uma festa. Do maior até o menor entre nós”. Impressiona a frase do Aiatolá Ali escrita nos cartazes onde ele está ao lado do Papa: “Sois uma parte de nós, e nós somos uma parte de vós”. É uma forma sugestiva para dizer: “Somos todos irmãos!”

Uma mulher de 40 anos, chamada Dahla, que sobreviveu a quatro revoluções no Iraque, afirma: “Gostaria de dizer ao Papa: ‘Antes de beijar esta terra, Santidade, pense que em cada centímetro caiu o sangue de uma alma inocente’. Ele estará caminhando não apenas sobre um país chamado Iraque, mas sobre uma história muito cheia de dor. Nunca tivemos paz. Sua vinda é como quando uma pomba chega trazendo boas notícias… seja uma visita de bênção e que trará a fraternidade”.

O Papa Francisco expressou o que lhe passava no coração: “Irmãos e irmãs de todas as tradições religiosas. Desta terra, há milênios, Abraão começou a sua viagem. Hoje cabe a nós continuá-la, com o mesmo espírito, caminhando juntos pelo caminho da paz! Por esta razão, invoco sobre vocês toda a paz e a bênção do Altíssimo. E peço a vocês que façam o mesmo que Abraão: caminhem com esperança e nunca deixem de olhar para as estrelas. Peço a todos, por favor, me acompanhem com a oração. Shukran!” (Obrigado!).

Esta visita tão sonhada e esperada, foi um fato histórico e inesquecível para os iraquianos e humanidade, pois se plantou a semente da fraternidade tão desejada na Encíclica  “Todos Irmãos”  e pela Campanha da Fraternidade Ecumênica no Brasil.

Deus seja louvado pela hospitalidade do povo iraquiano, em sua esmagadora maioria muçulmanos, e pelo testemunho de fé e coragem do Papa Francisco. Que esta Visita Apostólica transforme as culturas, os corações e as relações nas diferenças para um novo Iraque segundo o coração do Altíssimo!

Dom Hélio Adelar Rubert – Arcebispo de Santa Maria