O Senhor chamou-me…
Estimados Diocesanos! Na vida, aprendemos a fazer escolhas, que muitas vezes não são fáceis, porque envolvem o momento presente, mas podem ter consequências no delinear de toda a nossa existência. Na dimensão profissional, elas marcam a nossa vida, a família, o mundo do trabalho, a sociedade, mas também a vida particular de muitas pessoas, que recebem os benefícios da atuação do profissional.
No universo das profissões existentes no mundo, se olharmos apenas nas áreas da educação e da saúde, teremos um envolvimento muito grande de pessoas. São milhares de profissionais, mas, também milhões de alunos e pacientes. Portanto, na formação profissional, nós podemos escolher uma profissão, que pode ser vivida como missão, na maneira de exercê-la em benefício da sociedade.
Na Sagrada Escritura, temos os profetas. Alguns poderiam pensar que eram profissionais do sagrado, esquecendo a dimensão do chamado ou da escolha de Deus. Todo profeta é chamado por Deus para assumir uma missão, vivida como vocação, através da escuta de Deus e da fidelidade a Ele e no ministério junto ao povo. Ele não exerce uma profissão “só por algumas horas durante o dia ou em alguma situação extraordinária da sua vida”, mas assume algo que faz parte da sua existência que perpassa todas as coisas.
Dizer sim ao chamado de Deus, abraçando uma vocação, não é uma decisão fácil para os jovens do nosso tempo, mas também não foi para os profetas da Sagrada Escritura. O profeta Amós, quando foi contestado na sua missão de profeta, não escondeu sua origem de homem simples, mas também revelou a força do chamado de Deus: “Não sou profeta nem filho de profeta; sou pastor de gado e cultivo sicômoros. O Senhor chamou-me,… e o Senhor me disse: Vai profetizar para Israel, meu povo” (Am 7,14-15).
Queridos irmãos e irmãs, diante da Palavra que Deus dirige à nossa vida, podemos ser tentados a avaliar tudo a partir unicamente de nós mesmos e das nossas forças. Mas a Palavra de Deus nos convida a “descentrar-nos”, a encontrarmos critérios para acolher o chamado divino não em nós, mas em Deus. Assim, teremos forças para vivermos a nossa vocação e profissão como discípulos e discípulas do Senhor em missão no mundo.
Tende todos um bom domingo.
Dom José Gislon – Bispo Diocesano de Erexim