Os ministérios leigos na Igreja
Estimados irmãos e irmãs em Cristo Jesus! Neste mês vocacional, não poderíamos deixar de recordar e celebrar as vocações aos ministérios leigos na vida da Igreja, tendo presente que eles são os grandes protagonistas da vida da Igreja nas nossas comunidades. Neste ano em que celebramos o 3º Ano Vocacional da Igreja no Brasil, com o tema: “Vocação: Graça e Missão”, e o lema: “Corações ardentes, pés a caminho”, queremos louvar a agradecer a Deus pela participação ativa dos leigos e leigas na ação e na missão evangelizadora nas comunidades da nossa Diocese.
O Documento de Aparecida diz que “todos os homens e mulheres batizados devem tomar consciência de que foram configurados com Cristo Sacerdote, Profeta e Pastor, através do sacerdócio comum do Povo de Deus. Devem sentir-se corresponsáveis na construção da sociedade segundo os critérios do Evangelho, com entusiasmo e audácia, em comunhão com seus Pastores” (DAp. p. 264).
Quando visito as nossas comunidades, percebo sempre mais a importância dos ministérios leigos para manter viva a vida de fé do Povo de Deus, e o quanto contribuem na ação evangelizadora, para que a Igreja seja viva e atuante na sua missão. Sem o envolvimento dos leigos, o próprio apostolado dos sacerdotes não teria o êxito desejado ou teria um alcance bem mais reduzido. Por isso, quero manifestar a minha gratidão aos batizados que, vivendo a graça do Batismo, procuram testemunhar a fé em Cristo Jesus, através de uma vida de oração, mas também assumindo responsabilidades, vivendo a vocação aos ministérios na vida da comunidade. Para que uma comunidade possa crescer e fortalecer os vínculos de comunhão e fé entre os seus participantes, é necessário reconhecer a diversidade de carismas e dons que Deus deu a cada um. Mas é igualmente importante que estes carismas e dons sejam vividos no serviço e nos ministérios dos leigos, tendo presente o bem da comunidade e o compromisso de todo batizado com o Reino de Deus.
A Igreja precisa constantemente cuidar da formação dos leigos, para que eles possam, à luz do Evangelho, ser também os protagonistas de uma Igreja em saída, sinodal, missionária e solidária. Tendo presente que, pelo batismo, eles também são chamados para levar ao mundo o testemunho de Jesus Cristo, sendo fermento do amor de Deus na sociedade. E o fazem com espírito de amor, de fé, de esperança e na gratuidade, por causa de Cristo Jesus.
Mas os leigos também são chamados a descobrir e alimentar uma espiritualidade apropriada à sua vocação. Não se trata de fugir das realidades temporais para encontrar Deus, mas de encontrá-lo ali, em seu trabalho, junto à sua família e na sua comunidade. Não podemos esquecer que a espiritualidade cristã sempre terá por fundamento os mistérios da encarnação e da redenção de Jesus Cristo.
Dom José Gislon, OFMCap. – Bispo Diocesano de Caxias do Sul