Ouvir o chamado do Mestre!

Estimados irmãos e irmãs em Cristo Jesus. Na Igreja, comunidade dos discípulos e discípulas do Ressuscitado, iluminados pela Palavra de Deus, celebramos a nossa fé, a partir da realidade da vida. E em cada celebração, a Palavra de Deus tem o poder de iluminar e alimentar a nossa fé, curar nossas feridas e fortalecer a nossa vocação e missão neste mundo.

No Quarto Domingo da Páscoa, lembramos o Senhor Jesus que se apresenta como “o Bom Pastor” (Jo 10,11-18). O Bom Pastor que entrega, num gesto de amor, a vida por suas ovelhas na cruz. A Igreja nos convida a participarmos do 58º Dia Mundial de oração pelas vocações. Em comunhão com o Papa Francisco, queremos celebrar este dia tendo presente todas as vocações que podem ser abraçadas por amor e com amor.

Na sua mensagem, neste ano de São José e da Família Amoris Laetitia, o nosso Papa Francisco traz como exemplo de vocação a figura de São José, que ele nos apresenta como o guardião das vocações. O sonho da vocação pode estar adormecido no coração de milhares de jovens, também nos nossos dias. Como Igreja, comunidade de fé, podemos cair na tentação de pensar a vocação como algo que não atrai ou não toca a vida dos jovens de hoje. Se assim o fizermos, estaremos dando testemunho de que não acreditamos na força da Palavra de Deus e na oração. Além de esquecermos a dimensão do amor, que é capaz de fazer do dom da vida uma entrega contínua de amor a Deus, estando a serviço dos irmãos e irmãs.

O Papa Francisco, na sua mensagem, nos recorda que: «Toda a verdadeira vocação nasce do dom de si mesmo, que é a maturação do simples sacrifício. Mesmo no sacerdócio e na vida consagrada, requer-se este gênero de maturidade. Quando uma vocação matrimonial, celibatária ou virginal, não chega à maturação do dom de si mesmo, detendo-se apenas na lógica do sacrifício, então, em vez de significar a beleza e a alegria do amor, corre o risco de exprimir infelicidade, tristeza e frustração».

Estimados irmãos e irmãs! Jesus, o Bom Pastor, nos revela o rosto autêntico de Deus, um Deus que nos ama, que se ajoelha para lavar os pés dos homens. Mas nós não seremos merecedores de toda essa ternura e amor de Deus, se não tivermos a humildade em nosso coração, para acolhermos a sua Palavra e deixar que ela oriente a nossa vida, a vida da nossa família e da nossa comunidade.

O Bom Pastor não tem medo de sofrer pelas suas ovelhas. Porque ele as conhece, chama, conduz e caminha à sua frente, e estas o seguem. Por isso é importante que cada batizado se sinta Igreja e cultive um relacionamento de pertença a uma comunidade, para mantermos viva a missão que o Senhor Jesus nos confiou: “anunciar o Evangelho e testemunhar o Reino de Deus no mundo”.

Por intercessão de Nossa Senhora de Caravaggio, nossa mãe, rainha e padroeira de nossa Diocese, abençoe-vos o Deus todo poderoso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém.

Dom José Gislon, OFMCap. – Bispo Diocesano de Caxias do Sul e Presidente da CNBB Sul 3