Para a exortação Christus Vivit “os jovens estão no coração de Deus e da Igreja”
O primeiro meeting point [modalidade de abordagem de temas importantes não contemplados na programação oficial] da atual Assembleia da CNBB contou com a presença do bispo coadjutor de Nova Iguaçu (RJ), dom Gilson Andrade da Silva, integrante do clero que participou do Sínodo dos Bispos para a Juventude, concluído em outubro do ano passado, no Vaticano, e que contou com expressiva colaboração de jovens do mundo todo.
Com informações e novidades a respeito do documento “Christus Vivit”, resultado das conclusões daquele Sínodo, dom Gilson ressaltou que, a pedido do papa Francisco, é necessário ouvir os jovens com “escuta empática”, ou seja, a Igreja precisa fazê-lo a partir dos jovens, sem ideias pré-concebidas nem rótulos, e se colocar ao lado deles.
“A juventude, em todas as dimensões, deve ser prioridade pastoral de nossa época e, por isso, é preciso investir tempo, energia e recursos. A Igreja acredita no protagonismo jovem, pois a juventude é convidada a assumir seu papel. Para tanto, é necessário criar espaço para ela. Afinal, todos os jovens, sem exclusão, estão no coração de Deus e da Igreja”, enfatizou.
Segundo dom Gilson, o papa Francisco estabelece como centro do documento o anúncio querigmático, em três dimensões: Deus é amor, Cristo te salva e Ele vive, partindo-se daí a tomada de decisão necessária.
A acolhida da Christus Vivit – Duas linhas de ação são estabelecidas no documento, conforme explicação de dom Gilson: “Quando se fala em Pastoral da Juventude, não se está dizendo do trabalho realizado pelos adultos para os jovens e sim do trabalho desenvolvido pelos próprios jovens para os jovens. Assim, em primeiro lugar, há a convocação dos jovens, a partir das realidades que os atraem (arte, música, sensibilidade para com o meio ambiente, entre outras). Em segundo lugar, deve haver um percurso de amadurecimento, tendo como ponto de partida o Querigma, algo que o papa Francisco pede que nunca seja esquecido. A vida cristã precisa desenvolver esse encontro com Cristo”.
É preciso também, segundo o documento, desenvolver ambientes adequados para os jovens, chamando a atenção para as instituições educacionais, as quais devem oferecer experiências duradouras de fé e não somente “encher” de ideias as cabeças dos jovens.
Vocação – Os dois últimos capítulos do documento tratam da questão da vocação, que se configura como uma questão que urge ser tratada com todos e não somente com os jovens: o sentido da vida, que deve levar à reflexão de que a vida deve ser doada “aos outros”, pois, do contrário, o ser humano se frustra.
Por fim, dom Gilson afirmou que a juventude é um lugar teológico, ou seja, Deus fala a todos por meio dos jovens. Dessa forma, a mentalidade da Igreja precisa ser mudada, a fim de acolher os jovens, desenvolver com eles um itinerário e formação e lhes dar voz e espaço.
Por padre José Ferreira Filho