Paróquia da Catedral de Erechim conclui celebrações do seu centenário
Com cantos festivos solenemente animados pelo Coral N. Sra. de Fátima, sob a regência do Pe. José Carlos Sala, com a participação do Bispo emérito, Dom Girônimo Zanandréa, 25 padres da Diocese de Erexim e 2 da de Chapecó, 6 diáconos, ministros, coroinhas, Prefeito Municipal de Erechim e Vice, Presidente da Câmara, Vereadores, Secretários Municipais, diversas autoridades locais e da região e a Catedral completamente lotada, Dom José Gislon presidiu a missa de ação de graças pelo centenário da Paróquia São José, culminando as diversas celebrações do ano jubilar, às 17h deste domingo, solenidade da Assunção de Nossa Senhora, no qual, dentro do mês vocacional, tem destaque a vocação à Vida Consagrada.
Na homilia, Dom José, Administrador Apostólico, ressaltou que a trajetória centenária da Paróquia está ligada à história de fé dos pioneiros e das gerações que os sucederam. Depois, a partir da passagem do evangelho de São João que narra o encontro dos primeiros discípulos com Cristo e da leitura sobre o chamado de Deus a Abraão de sair de sua terra e ir para outra que lhe indicaria, enfatizou que é necessário dar uma resposta ao que Ele nos pede. Continuou referindo que os pioneiros da região tinham na fé a força para vencerem as distâncias, o isolamento, a saudade dos familiares, a falta de recursos, e recomeçar a vida, em meio às incertezas daqueles dias e dos que estavam pela frente. Inicialmente, reuniam-se nas casas para a oração, depois ergueram pequenos e rústicos capitéis, dedicados a Virgem Maria, a mãe de Jesus, a Santo Antônio, São Roque, São José, São Luiz Gonzaga, depois as pequenas igrejas de madeira e mais tarde as belas e imponentes igrejas com suas torres que são a marca da nossa região. Registrou a atuação dos padres designados para as paróquias que iam sendo constituídas na região e aos religiosos e religiosas que vieram atuar especialmente na saúde e na educação. Salientou que a celebração do centenário era de louvor e ação de graças porque a fé continua viva no coração do povo, a boa semente do Evangelho continua sendo semeada e cultivada no coração das famílias, das crianças e dos jovens pela missão dos sacerdotes, dos diáconos, das consagradas e consagrados, mas também com a participação incansável dos leigos e leigas, que assumiram, pelo compromisso do batismo, os vários ministérios, dentro da Igreja comunidade de fé. E rogou a Deus que não falte a boa semente e nem semeadores na seara divina.
Antes da bênção final, o Pároco, Pe. Alvise Follador recordou o tema que animou o ano jubilar, “100 anos de fé e evangelização” e o lema, “com São José, alegres discípulos missionários de Jesus”. Externou diversos agradecimentos, a Dom José e a Dom Girônimo, aos padres concelebrantes, às Igrejas ecumênicas representadas, à comissão do centenário, aos colaboradores, ministros, lideranças; aos 12 párocos que o precederam e aos 53 vigários paroquiais, ao Pe. Sala pelo hino do centenário e ao coral, aos religiosos e religiosas, aos seminaristas e outros. Registrou a especial e significativa presença de Paulina Martinelli Basso, de Curitiba, neta da pioneira Elisa Vacchi, com mais de 90 anos. Ressaltou que os pioneiros lembrados na missa jubilar foram fundamentais para a história da Paróquia e que os paroquianos de hoje reafirmam a alegria de serem discípulos missionários de Cristo.
Seguiu-se a colocação da última peça no mosaico do centenário retratando a figura do padroeiro São José, o seu rosto, que passou de mão em mão de 100 pessoas dispostas em círculo até chegar ao Pároco que a afixou no seu devido lugar.
Após a bênção, Dom José, Dom Girônimo, os padres, o Prefeito Municipal e outras autoridades, dirigiram-se para a frente da Catedral, perto da torre, onde descerraram a placa comemorativa ao centenário da Paróquia. Nela está gravado para a posteridade: Com São José, alegres discípulos missionários de Jesus. Paróquia São José – Catedral. 100 anos de fé e evangelização. 1919-2019.Gratidão aos que fizeram e fazem parte desta história. Erechim, 18 de agosto de 2019.
Concluída a cerimônia, seus participantes dirigiram-se ao salão, no subsolo da igreja, para o coquetel de confraternização.
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Centenário da Paróquia Catedral São José
Erechim, 19/8/2019
“Com São José, alegres discípulos Missionários de Jesus”
Saúdo o nosso bispo emérito, Dom Girônimo, que nos dá a graça da sua presença, nesta celebração eucarística; o Pe. Cleocir Bonetti, Vigário Geral; o Pe. Maicon Malacarne, Coordenador de Pastoral; o Pe. Antonio Valentini, Chanceler da Cúria; o Pe. Alvise Follador, pároco e o Pe. Jean Carlos Demboski, Vigário da Paróquia Catedral São José; através deles, saúdo todos os sacerdotes, os diáconos, religiosas, religiosos e seminaristas. Saúdo as autoridades civis aqui presentes ou representadas; a Comissão Organizadora da Celebração do Centenário; os membros dos Conselhos – Econômico e de Pastoral; o Coral Nossa Senhora de Fátima, com o seu maestro Pe. José Carlos Sala; os irmãos e irmãs aqui presentes, que vieram de várias Paróquias e comunidades, lembrando também os nossos enfermos e seus familiares. Uma menção saudosa neste momento também ao Pe. Luiz Warken, que foi pároco desta paróquia, e partiu há poucos dias para celebrar a sua Páscoa definitiva.
Estimados irmãos e irmãs em Cristo Jesus. Nós nos reunimos como comunidade de fé nesta tarde de domingo, dia do Senhor, solenidade da Assunção de Nossa Senhora, para rendermos graças a Deus pelo centenário da criação desta Paróquia dedicada a São José, hoje Catedral Diocesana, da nossa Diocese de Erexim. A sua trajetória está ligada à história de fé dos pioneiros e das gerações que os sucederam.
O nosso tempo é carente de grandes visões, vive o presente de modo fragmentado e não tem grandes perspectivas. Por isso, ressoa de uma forma quase provocativa, mesmo se sugestivo, o hino da carta de São Paulo aos Efésios (Ef 1,1-14). Nele nos é proposta uma leitura do cosmos, da história, de cada homem e de cada mulher, dentro do projeto universal de salvação, que tem a sua chave na pessoa de Jesus Cristo. É a predestinação, que não significa a escolha de alguns e a exclusão dos outros, mas a finalização de tudo e de todos ao amor; o Pai tem revelado este mistério de salvação mediante o Filho Jesus Cristo e o colocou na obra desde a criação do mundo.
É bonito o envolvimento progressivo que se percebe na narração do Evangelho. João Batista fixa o olhar sobre Jesus e não pode não indicá-lo aos seus discípulos. O Evangelho se torna conhecido no mundo pelo anúncio de pessoa a pessoa. Cada um narra ao outro aquilo que não pode segurar para si. É um contágio de estupor e amor, a comunicação não de uma doutrina, mas de uma experiência de fé que muda a vida. Todos nós sabemos que existem dias, horas e até mesmo minutos, que deixam marcas no nosso coração de forma indelével, que não conseguimos esquecer, nem apagar; levamos para a vida.
Assim acontece com João, o evangelista, que anota o tempo do encontro com Jesus: “Era por volta das quatro da tarde” (Jo 1,39). Trata-se do discípulo que Jesus amava, cujo nome não é jamais pronunciado, porque cada leitor do Evangelho é chamado a identificar-se no caminho de encontro com o Mestre. O episódio do encontro de João Batista e seus discípulos com Jesus é uma história de vocação, mas cada vida é uma vocação. A trama da nossa existência não é confiada ao acaso e nem mesmo unicamente às nossas escolhas. Cada história de vida e de vocação se realiza entre chamado e resposta. Por isso, é necessário treinarmos os ouvidos e o coração para ouvirmos e respondermos.
O Deus que disse a Abraão: “Deixa a tua terra, a tua família e a casa do teu pai, e vai para a terra que Eu te indicar” (Gn 12,1), não se cansou de manifestar-se aos descendentes daquele Patriarca, herdeiros da promessa da Antiga Aliança, através dos profetas. Mas o testemunho que Abraão nos deixou é de um homem de fé, que soube manifestar gratidão ao Deus que o convidou para partir e o acompanhou na jornada para a terra prometida.
Quando escutamos a voz de Deus que nos chama para a missão, é necessário darmos uma resposta. Dos primeiros discípulos de Jesus se diz: “Foram e viram onde ele morava e a partir daquele dia permaneceram com ele” (Jo 1,39). Os discípulos são chamados a passar da escuta – Eis o Cordeiro – à visão – Venham e vejam -, à comunhão – Permaneceram com ele -, à missão – “Lhe disse: ‘Encontramos o Messias’”! Foi essa a atitude de André, quando encontrou Simão, e levou-o até Jesus. Ser discípulo e discípula é partilhar com os outros a alegria do encontro com o Mestre, ajudando-os para que eles possam fazer também a experiência do encontro pessoal com o Senhor Jesus, caminho verdade e vida.
Em ação de graças, celebramos o centenário desta Paróquia dedicada a São José, hoje Paróquia Catedral. Se olharmos a história dos antepassados, dos pioneiros que desbravaram estas terras, poderemos perceber que a vida de fé deu-lhes forças para vencerem as distâncias, o isolamento, a saudade dos familiares, a falta de recursos, e recomeçar a vida, em meio às incertezas daqueles dias e dos que estavam pela frente. Não ergueram altares a Deus como fez Abraão, mas começaram reunindo-se nas casas, depois erguendo pequenos e rústicos capitéis, dedicados a Virgem Maria, a mãe de Jesus, a Santo Antônio, São Roque, São José, São Luiz Gonzaga, depois as pequenas igrejas de madeira e mais tarde as belas e imponentes igrejas com suas torres que são a marca da nossa região. Neste hino de louvor a Deus, incluímos, reverentes, a ação pastoral zelosa e benemérita dos padres designados para as paróquias que iam sendo constituídas na região e desenvolveram seu ministério com muito sacrifício, mas com muita alegria, zelo pastoral e empenho pela evangelização. Incluímos também religiosos e religiosas que vieram atuar especialmente na saúde e na educação.
Hoje pode nos parecer estranha essa fé dos pioneiros, mas se entrarmos na alma daquele povo, poderemos compreender que invocavam os santos protetores dos pobres, dos doentes, das famílias, dos jovens, do trabalho, e a ternura materna da Virgem Maria, a mãe de Jesus. Quantas jovens mães deram à luz sozinhas? Quantas morreram sem assistência, quantos pais viram os filhos morrer sem saber as causas? Mesmo assim, não se resignaram, não voltaram para as terras velhas, mas transformaram as daqui, pela fé e o trabalho, numa nova e promissora realidade para as gerações que os sucederam.
Por tudo isso, estamos aqui rendendo graças a Deus; pelo dom da fé que marcou o passado do povo de Deus desta comunidade paroquial, mas também foi semente lançada no coração das novas gerações, que, a seu tempo, soube florescer e dar frutos. Ao celebrarmos este centenário, queremos louvar e agradecer a Deus porque a fé continua viva no coração do nosso povo, a boa semente do Evangelho continua sendo semeada e cultivada no coração das famílias, das crianças e dos jovens pela missão dos sacerdotes, dos diáconos, das consagradas e consagrados, mas também com a participação incansável dos leigos e leigas, que assumiram, pelo compromisso do batismo, os vários ministérios, dentro da Igreja comunidade de fé. Senhor, que não falte a boa semente e nem semeadores na seara do Senhor.
Sob o olhar de ternura da Virgem Maria Assunta ao Céu e de São José, seu esposo e Padroeiro desta Paróquia e da nossa Diocese, invocamos copiosas bênçãos de Deus sobre todo o povo de Deus desta cidade e de toda a nossa Diocese.
Louvado seja nosso Senhor Jesus Cristo.