Pastoral Carcerária gaúcha realiza encontro de formação
Tendo como cenário o aconchegante CEPA – Centro de Espiritualidade Padre Arturo-, em São Leopoldo (RS), realizou-se nos dias 23 a 26 de novembro últimos, o Curso de Práticas da Justiça Restaurativa, com a participação de 23 pessoas que já vivenciaram as 40 horas iniciais da Escola do Perdão e da Reconciliação / Fundamentos da Justiça Restaurativa. São representantes das dioceses do estado e técnicos/servidores da SUSEPE – Superintendência dos Serviços Penitenciários do RS.
A facilitação ficou a cargo da Irmã Imelda Maria Jacoby, snd, que coordena a Justiça Restaurativa na Pastoral Carcerária estadual e nacional, junto com Rosângela Martins Aguiar, agente penitenciária e coordenadora do CEPRAJUR – Centro de Estudos e Práticas de JR de Sarandi, a partir do resgate dos valores dos fundamentos Justiça Restaurativa.
Irmã Imelda, ao retomar os conceito conceitos fundamentais da primeira etapa ESPERE, esclareceu que foram aprofundadas as Lógicas da Verdade do fato, do sentido e das necessidades; abordagem das janelas da Disciplina Social – negligente, permissiva, punitiva e restaurativa –; a Teoria e exercícios de Práticas Restaurativas, tais como: Comunicação Não Violenta e Assertiva; papel e responsabilidade dos Facilitadores; Prática de Círculos Restaurativos diversos, dentre outros, que foram os norteadores dos trabalhos que proporcionaram várias ferramentas para, nos diversos âmbitos de ação, promover a cultura de paz.
Após intensos momentos que contemplaram os quatro eixos que compõem o humano (cognitivo, espiritual, emocional e comportamental), os participantes foram separados em grupos para estabelecer as metas dos núcleos de Justiça Restaurativa, apontando especialmente para a realização de mais cursos dos Fundamentos da Justiça Restaurativa – Escola do Perdão e da Reconciliação, (requisito para atuação na Pastoral Carcerária do RS), grupos de estudo e aprofundamento e a utilização das ferramentas da Justiça Restaurativa no cotidiano.
Como a Campanha da Fraternidade de 2018 aborda a superação da violência, a Justiça Restaurativa assume fundamental relevância nesta caminhada como um dos impulsionadores das ações e reflexões para desativar a violência e construir a paz.
De acordo com padre Eduardo Luis Haas, secretário da Pastoral Carcerária RS, “precisamos de uma justiça que não seja punitiva, mas restaurativa. Hoje pune-se demais e, como consequência, a violência sempre aumenta. É preciso mudar! É urgente mudar! É possível mudar! Esse grupo acredita na restauração do ser humano, na restauração das relações”, frisou.
Por Evanice Luiza Diedrich Schroeder – PASCOM Diocese de Montenegro