Pastoral da Aids celebra Missa pelos mortos da doença
No dia 20 de maio, o terceiro domingo de maio, as comunidades são convidadas a refletir na celebração da Vigília pelos Mortos da Aids. A Pastoral da Aids da Diocese do Rio Grande vai celebrar uma Missa às 20h na Catedral de São Pedro. “Quem perdeu um familiar ou amigo em decorrência das complicações do vírus HIV vai encontrar conforto e proximidade a outras famílias que viveram a mesma perda”, informa a secretária de Pastoral, Milena Severo Estima.
Histórico da Pastoral da Aids
Diante da realidade do enfrentamento da Aids desde 1980, a necessidade de envolver um número maior de forças para o controle da epidemia aproximou o Ministério da Saúde e a Igreja. O primeiro contato aconteceu entre Dom Jaime Chemello (então presidente da CNBB), o Dr. Pedro Cherer (Diretor do Programa Nacional de DST/Aids) e Octávio Mercadante (então chefe do gabinete do Ministro da Saúde). Neste encontro eles debateram a intenção de criar uma comissão da Igreja Católica destinada a catalisar relacionados à Aids.
Em 27 de março de 1999, a comissão técnico-científica da Pastoral da Saúde Nacional criou uma comissão para acompanhar a problemática da Aids. No Encontro Nacional de ONGs de Belo Horizonte, realizado em maio de 1999, houve o primeiro anúncio oficial da criação da comissão de DST/Aids da Pastoral da Saúde. A primeira reunião aconteceu em 27 de maio daquele ano.
Essa comissão organizou o 1º Seminário “Aids e desafios para a Igreja no Brasil”, realizado no período de 12 a 15 de junho de 2000, em Itaici. A equipe formada por representantes de todas as regiões brasileiras trabalhou para a legalização da Pastoral da Aids, desvinculando a comissão da Pastoral da Saúde. Depois disso, a equipe de coordenação decidiu apostar na organização dos regionais, estimulando a realização de cursos de capacitação para agentes pastorais. Essa organização viabilizou um plano de atividades práticas da Igreja no mundo da Aids.
A Pastoral da Aids quer continuar articulando agentes envolvidos em práticas eclesiais e assistência e prevenção, para aprofundar a missão e a contribuição específica da Igreja no controle da epidemia.
Atuação
Conforme a coordenadora Vera Regina Vieira, a Pastoral da Aids é um serviço da Igreja que atua especificamente no campo da Aids, procurando dar conta das questões que surgem na relação entre a Igreja e a epidemia que atinge o país em todas as regiões, desconhecendo limites de idade, sexo, raça, condição social ou religiosa.
Seguidamente, a Pastoral da Aids organiza regionais da CNBB, contando com a coordenação nacional formada pelos coordenadores regionais da Pastoral. A implantação nos municípios atende as solicitações de dioceses e regionais. Trabalhar na prevenção e assistência aos casos de Aids é um desafio que não pode ser enfrentado isoladamente. É preciso estar articulado e estabelecer parceria com os serviços da saúde e todos os setores da sociedade civil que trabalham as mais diversas especificidades da doença.
Como a epidemia tem alcance mundial, a coordenação e os agentes da Pastoral da Aids estão abertos aos desafios da globalização da doença. São inúmeras as dioceses que solicitam orientação e assessoria na implementação do serviço. Por realizarem um trabalho muito complexo, os agentes mantêm atividades permanentes de aprofundamento e reflexão bíblica, teológica, antropológica e sociológica. Um dos desafios é encontrar uma linguagem adequada para formar e informar os cristãos sobre o problema. Mas a Pastoral da Aids tem se empenhado na elaboração de materiais e subsídios para agentes, coordenadores de grupos, professores e comunidades.
Duas frentes de atuação dos agentes da Pastoral são: Incentivo ao diagnóstico precoce e incidência política, formação para o engajamento e defesa dos direitos humanos.
Outra data importante
Além da Vigília pelos Mortos da Aids, no dia 1º de dezembro, Dia Mundial de Luta contra a Aids, será a vez da Igreja, num ato político e reivindicatório, questionar os órgãos governamentais quanto à carência de políticas de saúde para a solução dos problemas enfrentados pelos portadores do HIV. Será uma data de alerta para a necessidade de prevenção e cuidado.