Pastoral do Menor e o Espectro da Educação
A Igreja, dentro da sua missão profética evangelizadora e social, nos provoca a sermos atuantes agentes pastorais no período hodierno. Nesta Campanha, Fraternidade e Educação – Fala com sabedoria, ensina com Amor (Pr 31,6) temos o chamado a sermos sal e luz no mundo nas transformações sociais, culturais e educacionais.
A Pastoral do Menor tem, dentro da sua dinamicidade, a opção pelo pobre, pela criança, o adolescente, o educando, o usuário e os pequeninos. Nesse sentido reveste-se: “desse caráter evangelizador, conclama com uma fidelidade com as classes populares para ser expressão da Igreja comprometida com a história do sofrimento. Na ação com o menor aparece implícito este chamamento de uma Igreja solidária com as aspirações e lutas da população sem direito a participação na história. (1987, p. 166). A missão que a Igreja realiza no plano terreno é de auscultar as necessidades do fundamento do amor de Cristo frente às realidades da vida social. A Pastoral do Menor, na sua proposta formativa e evangelizadora, se insere no contexto de lutas e melhorias para a vida de tantas crianças e adolescentes que se circunscrevem nessa conjectura pauperizada. Desse modo, a Igreja tem uma estrutura social visível, sinal na unidade em Cristo, pode também ser enriquecida, e de fato o é, com a evolução da vida social” (Gaudium et Spes).
A proposta da Campanha da Fraternidade deste ano, sobre a temática da Educação, nos convida a olharmos mais profundamente a evolução da vida social, ou melhor, utilizando-se das expressões da questão social. A educação é um desses elementos fulcrais, pois é de suma importância no desenvolvimento de toda história humana. Basta olharmos a Constituição Federal de 1988 e observamos no Artigo 6º que entre os direitos sociais está o direito à Educação. Todavia, uma lei sem sua efetividade no plano vivencial das pessoas é um direito só escrito e não efetivado. Nessa missão, “a opção preferencial que se faz pelo pobre na Pastoral do Menor é a elucidação da prática pastoral que se faz fiel à opção bíblica pelo fraco, pelo encurvado, pelo empobrecido” (1987, p. 166).
Sem sombra de dúvidas, ao falarmos de educação e Pastoral do Menor temos que colocar no centro a proposta evangélica do acolhimento incondicional, na prática da pedagogia do amor. O próprio mestre Jesus nos ensina que é necessário cuidarmos integralmente dos que se encontram nas realidades marginais e pauperizadas. As crianças e adolescentes são peças chaves do presente em relação ao futuro próximo. Sabe-se que muitos desafios ocorreram nesse sentido, no âmbito educacional, com o avanço da pandemia e novas formas de educar que tiveram que ser aprofundadas e realizadas em tempo recorde.
Em suma: “Educar não é apenas transmitir conceitos, mas um trabalho que exige que todos os responsáveis, família, escola e instituições sociais, culturais e religiosas, participem desse processo de forma solidária. Para educar é necessário integrar a linguagem da cabeça com a linguagem do coração e a linguagem das mãos. Que um educando pense o que sente e o que faz, sinta o que pensa e o que faz, e faça o que sente e o que pensa”, ressaltou Papa Francisco em audiência.
Yan Cássio Koakoski