Peregrinos de Esperança

 

O Papa Francisco anunciou a preparação e o lema do Jubileu de 2025: “Peregrinos de Esperança”. O anúncio foi feito em uma carta dirigida ao Presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização, o arcebispo Rino Fisichella, demonstrando otimismo em relação ao Ano Santo.

O Papa Francisco iniciou a carta falando sobre o significado do Jubileu na vida da Igreja, como “um acontecimento de grande relevância espiritual, eclesial e social”. Desde o ano 1300, quando foi instituído o primeiro Ano Santo, previsto para ser celebrado a cada cem anos, o intervalo foi reduzido para cinquenta anos e, por fim, fixado em vinte e cinco anos. Na preparação e celebração de cada Ano Santo, o povo de Deus experimenta “um dom especial de graça, caracterizado pelo perdão dos pecados e, em particular, pela indulgência, expressão plena da misericórdia de Deus”.

Francisco pede para que os cristãos se preparem para viver o Ano Santo de 2025, dando-lhe um sentido pastoral. Ele destaca a importância de não fechar os olhos para questões importantes, como a pobreza no mundo e a necessidade de recuperar o sentido de fraternidade universal. Também recomenda “não nos desleixarmos, ao longo do caminho, de contemplar a beleza da criação e cuidar da nossa casa comum”. Ele expressa a esperança de que o próximo Ano Jubilar seja celebrado e vivido com a intenção de cuidar da criação, que é uma expressão essencial da fé em Deus e da obediência à sua vontade. O lema “Peregrinos de Esperança” foi escolhido com base nesses princípios.

O Papa Francisco pediu ao arcebispo Fisichella que encontre as formas adequadas para que o Ano Santo seja preparado e celebrado com fé intensa, esperança viva e caridade operosa. Destaca a importância da oração, que deve ser pensada como uma grande “sinfonia”. Em primeiro lugar, a oração deve ser “para recuperar o desejo de estar na presença do Senhor, escutá-Lo e adorá-Lo”. Em segundo lugar, a oração deve ser “para agradecer a Deus tantos dons do seu amor por nós e louvar a sua obra na criação, que a todos compromete no respeito e numa ação concreta e responsável em prol da sua salvaguarda”. Em terceiro lugar, a oração deve ser “como voz de ‘um só coração e uma só alma’ (cf. At 4, 32), que se traduz na solidariedade e partilha do pão quotidiano”. Em quarto lugar, a oração deve permitir “a cada homem e mulher deste mundo possa dirigir-se ao único Deus, para lhe expressar tudo o que traz no segredo do coração”. E, finalmente, a oração deve ser “caminho e mestra para a santidade, que leva a viver a contemplação inclusive no meio da ação. Em suma, um ano intenso de oração”.

Concluindo, nós cristãos devemos vivenciar a grandeza do Jubileu de 2025 considerando: o lema escolhido, a preparação necessária para viver o Ano Santo em seu significado pastoral, a necessidade de não fechar os olhos para questões importantes como a pobreza, a importância da dimensão espiritual e a combinação com aspectos fundamentais da vida social, e a responsabilidade de preparar e celebrar o Ano Santo com fé intensa, esperança viva e caridade operosa.

 

Dom José Mário Scalon Angonese – Bispo Diocesano de Uruguaiana