Presídio Central de Porto Alegre que ninguém ve
Na tarde de quarta-feira, dia 13 de julho, uma equipe de preparação da Semana Missionária, promovida pelo Serviço de Evangelização da Juventude do Regional Sul 3 da CNBB, que ocorrerá nos dias 17 a 23 de julho, fez uma visita técnica ao Presídio Central de Porto Alegre.
A equipe foi acolhida e acompanhada pelo sargento Fabiano Brondani Aquino, da Assessoria do diretor do Presídio, que apresentou alguns espaços e falou sobre os trabalhos manuais, manutenção, limpeza, cozinha, projetos artísticos, culturais, religiosos e estudos que são oferecidos aos apenados. “Estou aqui porque acredito nesses projetos que são oferecidos. É uma oportunidade que estamos dando a eles. Esse é um lado do presídio que ninguém ve”, afirmou Aquino.
Atualmente, o presídio tem uma população de 4.993 apenados. A maioria deles são jovens na faixa etária entre 22 a 23 anos e com ensino básico incompleto (tipo até o 5° Ano). Cerca de 50% dessa população encarcerada está engajada em projetos educacionais.
Segundo a visão do sargento, o sistema social-político de conjuntura de falta de oportunidade é o grande vilão para o crescimento da população carcerária no país. Os apenas são seres humanos privados de liberdade devido as escolhas que fizeram. Cada um deve pagar pelo crime cometido. Mas que o tempo no presídio seja de oportunidades, humanização e justiça restaurativa.
Para diminuir a população carcerária se faz necessário investir em educação, cultura, lazer, saúde, serviço social, ou seja, oportunidades. A construção de presídios será sempre para remediar as consequências de políticas públicas ineficientes dos governos. Quanto mais tempo uma criança e adolescente permanecer na escola, menor será a incidência na vida crime.
A Igreja Católica atua com um grupo de agentes no presídio. O Padre Diego da Silva Correia é o coordenador da Pastoral Carcerária da arquidiocese de Porto Alegre, e para ele a ação dos jovens resultara em compromisso. “A Semana Missionária será para que nossos jovens conheçam essas realidades com um olhar de acolhida e de misericórdia a esses homens para depois atuarem na Pastoral Carcerária em suas cidades”, frisou.
De acordo com a coordenadora do Serviço de Evangelização da Juventude, Ir. Zenilde Fontes, a proposta da Semana Missionária é fazer a experiência de viver com as pessoas o seu cotidiano, participando de sua rotina e, a partir dessa vivência da rotina do outro, fazer o exercício de perceber Deus.
Por Judinei Vanzeto,
Assessoria de Imprensa
Regional Sul 3 da CNBB