Quaresma e Campanha da Fraternidade
Com a celebração da Quarta-feira de Cinzas, iniciamos a Quaresma, tempo que nos prepara para a Celebração da Pascoa da Ressurreição, a maior solenidade da Liturgia Cristã, um tempo de forte convite à conversão, a abrir-nos para Deus e aos irmãos. Os meios sugeridos para tanto são a oração, o jejum e a esmola (partilha).
Nesse tempo quaresmal, a Igreja Católica no Brasil, há quase sessenta anos, propõe a realização da Campanha da Fraternidade, como forma organizada de solidariedade, sinal de verdadeira conversão. A participação na coleta depois de uma conscientização sobre o tema proposto é o gesto concreto de quem entendeu que a transformação da sociedade se dá pela partilha consciente e envolvimento nas questões sociais do nosso país.
Para atingir o objetivo, todos os anos a CNBB com sua equipe responsável pela organização da Campanha elege um tema específico e produz um texto base para que a iniciativa resulte numa conscientização efetiva e mudança de mentalidade, capaz de olhar e buscar o bem de todo o povo brasileiro.
Contemplando a vida doada de Jesus, até a morte e morte de cruz, com o único objetivo de redimir e justificar a humanidade, sentimo-nos chamados a unir forças na busca de soluções concretas para determinados problemas que afligem o país ou dimensões sociais que necessitam serem implementadas. Para este ano o tema proposto é o da Educação.
Sem medo, vamos participar desta Campanha, “Fraternidade e Educação”, sem ceder as tentações diabólicas – como foram as de Jesus – que tentam descaracterizar essa bela iniciativa, certos que a participação na definição das políticas públicas no campo da educação é determinante para o desenvolvimento humano e cristão da nossa gente.
Isto está muito bem expresso no Objetivo Geral da Campanha: “Promover diálogos a partir da realidade educativa do Brasil, à luz da fé cristã, propondo caminhos em favor do humanismo integral e solidário”.
O lema tirado do livro dos provérbios: “Fala com sabedoria, ensina com amor” sugere uma perspectiva a ser assumida por todos os educadores, a começar pelos pais, professores, catequistas e todos os que de alguma forma tem poder de influência na formação do ser humano.
Sintamo-nos todos envolvidos e comprometidos com essa importante causa, cientes do que nos lembra Paulo: “A palavra está perto de ti, em tua boca e em teu coração… É crendo no coração que se alcança a justiça e é confessando a fé com a boca que se consegue a salvação” (Rm 10,10).
Para refletir: Como penso participar e colaborar com o objetivo da CF 2022? Já procurei o material oferecido para as reflexões sobre o tema? Com quem vou partilhar minhas reflexões? Como posso contribuir para a valorização, qualificação da educação?
Textos Bíblicos: Dt 26, 4-10; Lc 4, 1-13; Rm 10, 8-13; Sl 90 (91).
Dom Jaime Pedro Kohl – Bispo de Osório