Regional Sul 3 lamenta falecimento de Dom Laurindo Guizzardi
Dom Laurindo Guizzardi foi um dos entusiastas e idealizadores do projeto de Igrejas Solidárias entre a CNBB Sul 3 e a Arquidiocese de Nampula, em Moçambique
O Rio Grande do Sul recebeu com pesar na manhã desta segunda-feira, 22, a notícia do falecimento de Dom Laurindo Guizzardi, atualmente bispo emérito de Foz do Iguaçu (PR).
Natural de Nova Bassano (RS), Dom Laurindo nasceu em 7 de julho de 1934. Membro da Congregação dos Missionários de São Carlos – Scalabrinianos, foi ordenado sacerdote em 20 de dezembro de 1959. No dia 18 de abril de 1982 foi ordenado bispo para a Diocese de Bagé, quando escolheu como lema Omnia propter electos – Tudo pelos eleitos. Na Diocese de Bagé, ele permaneceu durante 19 anos, até sua transferência para Foz do Iguaçu em 2001.
Durante este tempo em que esteve no Rio Grande do Sul, Dom Laurindo foi consultor da Pontifícia Comissão para a Pastoral das Migrações e, a partir de 1995, atuou também como membro do Serviço Pastoral dos Migrantes e encarregado da Pastoral dos Brasileiros no Exterior. Um grande destaque de sua vocação episcopal no Regional foi o seu entusiasmo e motivação para a missão Ad Gentes e um dos precursores no projeto Igrejas Solidárias, que estabeleceu a parceria missionária entre o Regional Sul 3 da CNBB e a Arquidiocese de Nampula, em Moçambique.
A CNBB Sul 3 e o Conselho Missionário Regional se solidarizam com a Diocese de Foz do Iguaçu e ressaltam de modo especial a importância do ministério episcopal de Dom Laurindo em nosso Estado, tornando-os uma Igreja verdadeiramente missionária e deixando seu legado que hoje testemunhamos com admiração e saudade.
A Diocese de Bagé emitiu uma nota, onde ressalta: “Nos sentimos profundamente irmanados à Diocese de Foz do Iguaçu nesse momento de gratidão pela vida e ministério de Dom Laurindo. Durante os quase 20 anos em que esteve no pastoreio da Diocese de Bagé, Dom Laurindo, foi um verdadeiro pai e pastor, amigo sempre muito próximo do clero e dos fiéis”. Para ler na íntegra, clique aqui.
Saiba mais
Em 1989, os bispos do Rio Grande do Sul receberam Dom Francisco Silota, bispo auxiliar da Arquidiocese da Beira (Moçambique). Durante a visita, Dom Francisco apresentou, em nome da Conferência Episcopal Moçambicana, um apelo à CNBB Sul 3 para que enviassem missionários e missionárias capazes de ajudar no fortalecimento da Igreja em Moçambique, que sofria com a escassez de agentes, por causa da fome e da guerra civil.
Sensibilizado pelo pedido, Dom Laurindo, em nome do episcopado gaúcho, foi a Moçambique em 1993, a fim de conhecer a realidade e avaliar as possibilidades para a consolidação da ajuda entre Rio Grande do Sul e o país africano. A visita tinha como objetivo geral firmar o projeto que se alinhavam com quatro objetivos específicos: ter contato com os Bispos de Moçambique para diálogo fraterno e conhecimento de suas expectativas; visitar as comunidades de missionários brasileiros, para levar-lhes uma palavra de apoio e para ouvir suas experiências; entrar em contato com o povo das comunidades a fim de conhecer a realidade e escutar seus anseios; e levantar propostas concretas de trabalho para orientar as equipes missionárias que haveriam de surgir. Por fim, a visita resultou no compromisso assumido e batizado como Projeto Igrejas Solidárias Sul 3 – Moçambique.
A partir da consolidação do projeto, a primeira equipe missionária enviada pelo Rio Grande do Sul partiu no segundo semestre de 1994, assumindo a missão de São Paulo de Iulute, no interior da Arquidiocese de Nampula. Hoje, os missionários e missionárias acompanham as paróquias de Larde e Micane, no litoral da mesma Arquidiocese.
Em 2019, o projeto completou 25 anos de existência e celebrou com alegria a história percorrida. Para recontar este caminho, o Conselho Missionário Regional organizou um documentário, que narra também a visita de Dom Laurindo. Veja a seguir.