Sacerdotes com o Coração de Cristo
No dia 4 de agosto de 2019, por ocasião dos 160 anos da morte do Santo Cura d’Ars, patrono dos sacerdotes, o Papa Francisco enviou uma Carta endereçada a todos os Sacerdotes, para lhes agradecer pelo seu generoso serviço e encorajá-los a abraçar com amor a sua vocação. Elencou cinco qualidades para o coração dos Sacerdotes:
1º. Um coração agradecido. Ser Sacerdote segundo o Coração de Cristo significa revestir-se d’Ele até ao ponto de ter os seus mesmos sentimentos. Entre tantas virtudes, o Coração de Jesus está aberto à gratidão. Por isso, a gratidão é uma qualidade especificamente cristã e deve pertencer ao modo de ser do sacerdote pastor.
2º. Um coração misericordioso. Quando Jesus atravessa as aldeias e as cidades, passa curando e fazendo o bem a todos os que estão prisioneiros do mal (cf. At 10,38). Jesus não tem medo de se contaminar com a fragilidade humana, mas, antes, desce aos abismos da fragilidade humana e do pecado, para revelar o Coração misericordioso do Pai que levanta das quedas cada um dos seus filhos e os chama à alegria do perdão. O Sacerdote, configurado com Cristo, é antes de mais nada o ministro da misericórdia e da reconciliação.
3º. Um coração compassivo. Os Evangelhos narram com frequência que Jesus, à vista das multidões cansadas e oprimidas, sente profunda compaixão (cf. Mt 9,36). Com efeito, as suas “entranhas comovem-se”, especialmente quando se confronta com a dor e o sofrimento provocados pela doença, pela marginalização e por toda a forma de pobreza material e espiritual; como Bom Samaritano, cheio de compaixão, Ele para diante da carne ferida dos irmãos e cura-a, tornando-se manifestação viva do amor de Deus Pai.
4º. Um coração vigilante. Muitas vezes Jesus recordou a importância da vigilância do coração que nos faz esperar com prontidão a vinda do dono da vinha; trata-se de dar espaço ao dom do Espírito Santo que, mesmo no meio dos compromissos diários e das obscuridades do tempo presente, nos faz discernir a presença do Senhor, nos torna atentos à sua Palavra, nos faz operosos na caridade de modo que não se esgote o azeite na lâmpada da nossa vida e, como as virgens prudentes, vamos ao encontro do Esposo que vem.
5º. Um coração corajoso. Os Evangelhos mostram-nos como, no dia a dia de Jesus, se alternam e se entrelaçam, num sábio equilíbrio, o cuidado da relação com Deus e a solidariedade ativa com os irmãos. A caridade dos seus gestos nunca é separada do silêncio e da oração, e a fadiga de um ministério, que nem tempo lhe deixa para comer, nunca é separada da firme vontade de se retirar, para cultivar o íntimo colóquio de amor com Deus Pai. Oremos para que nossos Sacerdotes imitem o Coração de Jesus Cristo!
Dom Hélio Adelar Rubert – Arcebispo de Santa Maria