Sal da terra e luz do mundo

Dom José Gislon – Bispo Diocesano de Erexim

O contexto da realidade política social que nosso país está passando deve nos questionar como cidadãos, mas também como cristãos. Não podemos ficar na indiferença, ou ser como palha levada pelo vento, seguindo apenas os interesses de grupos econômicos inescrupulosos, que não manifestam compromisso e responsabilidade em relação ao país e ao seu povo.

O documento 105 da Conferencia Nacional dos Bispos do Brasil reflete sobre a atuação dos cristãos leigos e leigas na Igreja e na sociedade. Lembra que: “É missão do povo de Deus assumir o compromisso sociopolítico transformador, que nasce do amor apaixonado por CristoA atuação cristã no social e no político não deve ser considerada ‘ministério’, mas ‘serviço cristão no mundo’, na perspectiva do Reino… a participação consciente e decisiva dos cristãos em movimentos sociais, entidades de classe, partidos políticos, conselhos de políticas públicas e outros, sempre à luz da Doutrina Social da Igreja, constitui-se num inestimável serviço à humanidade e é parte integrante da missão de todo o povo de Deus… Ser cristão e ser cidadão não podem ser vistos de maneira separada”.

A minha fé deve ser parte da minha vida, do meu agir, como cristão e cidadão. Quando o meu agir não leva em consideração a minha fé, significa que ela não está no meu coração, não faz parte da minha vida. Tenho o rótulo de um produto, mas não os valores do Evangelho, anunciados pelo Senhor Jesus.

O cristão expressa o seu ser cidadão na comunidade, na família, no mundo do trabalho, nas opções éticas e morais, na sociedade política e civil. Consciente dos valores do Evangelho, procura dar sua contribuição pessoal e profissional para a transformação da sociedade, com perspectivas de novos horizontes. Vive sua cidadania no mundo, tendo consciência de que “É a pessoa que deve ser salva. É a sociedade humana que deve ser renovada”.

O caminho da conversão passa pelo coração, que acolhe os valores do Evangelho e os manifesta através da vida como cristão e cidadão na família, na sociedade. A participação na política, de forma ética, é uma forma de o cristão, contribuir na construção de uma sociedade que gera a inclusão e não a indiferença. “Não é preciso sair da Igreja para ir ao mundo, como não é preciso sair do mundo para entrar e viver na Igreja”.

 

 

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