Santuário Diocesano Nossa Senhora de Fátima
Dom Adelar Baruffi, bispo de Cruz Alta
No dia 09 de outubro, por ocasião da 65º Romaria Diocesana de Nossa Senhora de Fátima, será lido o Decreto de Criação do Santuário Diocesano Nossa Senhora de Fátima. Neste dia, daremos abertura às celebrações do centenário das aparições da Virgem em Fátima e do Ano Nacional Mariano, que recorda os trezentos anos da devoção do povo brasileiro a Nossa Senhora Aparecida. Será a romaria diocesana do Ano Jubilar da Misericórdia, que propõe esta temática de aprofundamento e oração, desde os grupos de reflexão e a novena preparatória: Maria, Mãe da Misericórdia. Portanto, o Santuário está inserido num contexto eclesial cheio de significado.
O majestoso e belo Monumento de Nossa Senhora de Fátima, em Cruz Alta, foi solenemente inaugurado no dia 12 de outubro de 1952. A imagem da Virgem está a 31 metros de altura e mede 6 metros. Do alto, contempla com o olhar materno toda a cidade, qual Mãe que cuida dos seus filhos. Em 1978 a Romaria assume um caráter diocesano, regional e estadual, precedida por uma novena celebrada na Catedral. Em 1982 foi construída a atual capela, simples, bem adequada ao estilo de vida de Maria. Esta mesma capela será elevada à categoria de santuário. No mesmo ano foi construído o altar, onde se celebra a eucaristia nas romarias. “Desde que o Monumento foi inaugurado, a devoção a Nossa Senhora de Fátima vem sempre aumentando. A longa caminhada da celebração e devoção das multidões que acorrem nas romarias e do grande número de visitantes comprovam que Nossa Senhora de Fátima já se tornou parte da vida deste povo.” (Claudino Antônio Albertoni, 2005, p.22). A devoção a Nossa Senhora de Fátima está enraizada na alma de nossos cristãos da Diocese. Isto é o mais importante. Não é somente algo humano, mas tem a ver com nossa fé. Maria é modelo de vida e, também, mãe e intercessora nossa. Quem não recorre à Mãe em suas necessidades? Sabemos que somos acolhidos por ela. Nem sempre nos é concedido o que desejaríamos, mas temos a certeza que sempre somos ouvidos e acolhidos.
A criação do Santuário vem acolher e reconhecer oficialmente a crescente devoção de nosso povo à Virgem de Fátima. O povo já escolheu este local como um lugar santo, sagrado. Por isso, agora a Diocese irá oficializar o que o povo já elegeu. Quem faz ser um santuário (lugar sagrado) é o povo, pela sua devoção.É a casa da Mãe Maria, onde seus filhos são sempre acolhidos. Mas é, também, a casa da misericórdia, a casa da acolhida e da escuta, a casa de oração, a casa do encontro dos irmãos de fé e, claro, a casa da Diocese.No Santuário “ofereçam-se aos fiéis meios de salvação mais abundantes, anunciando com diligência a Palavra de Deus, incentivando adequadamente a vida litúrgica, principalmente com a Eucaristia e a celebração da Penitência, e cultivando as formas aprovadas de piedade popular.” (Cân. 1234 §1). Assim, somos inseridos na “escola de Maria”, primeira cristã, modelo de discípula missionária, mãe da misericórdia, saúde dos doentes e tantos outros títulos que nosso povo lhe atribui.
Este espaço sagrado, já consagrado pelos fiéis, manterá sua finalidade específica, que é de cunho espiritual e pastoral. Nele se conservará o histórico Monumento de Nossa Senhora de Fátima, ícone da devoção à Virgem de Fátima em nossa Diocese. Também, como vem acontecendo há tempo, as famílias podem encontrar um espaço de encontro e descanso.