Saudação aos Comunicadores
No Domingo, 16 de maio, comemoramos a Ascensão de Jesus ao céu e o mandato que deixou aos discípulos: “Ide pelo mundo inteiro e anunciai a Boa-Nova a toda criatura!” (Mc 16,15). Reforçando este mandato de Jesus, a Igreja comemora o Dia Mundial das Comunicações Sociais divulgando a mensagem do Papa Francisco que lança o mesmo convite de Jesus a “ir e ver”, isto é, mover-se, ir ver, estar com as pessoas, ouvi-las e recolher as sugestões da realidade.
O Papa Francisco insiste que a comunicação seja “transparente e honesta: tanto na redação dum jornal como no mundo da ´web`, tanto na pregação comum da Igreja como na comunicação política ou social… A crise editorial corre o risco de levar a uma informação construída nas redações, diante do computador, nos terminais das agências, nas redes sociais, sem nunca sair à rua, sem ‘gastar a sola dos sapatos’, sem encontrar pessoas para procurar histórias ou verificar com os próprios olhos determinadas situações”.
Com o método de Jesus “vem e verás”, o Papa sugere a verificação da realidade, o encontrar, falar, escutar e testemunhar. Agradece a coragem e a determinação de tantos profissionais (jornalistas, operadores de câmera, editores e cineastas) que trabalham muitas vezes sob grandes riscos. Lembra que neste tempo de pandemia, há o risco de narrar só com os olhos do mundo mais rico e excluir o risco de exclusão que correm as pessoas mais indigentes, inclusive, na ordem da distribuição das vacinas anti-Covid com os pobres sempre em último lugar.
O Papa Francisco valoriza a tecnologia digital, pois é um instrumento formidável que responsabiliza a todos no seu uso. Insiste em não demonizar o instrumento, pois todos somos responsáveis pela comunicação que fazemos, pelas informações, pelo controle sobre as notícias falsas, desmascarando-as. “Todos estamos chamados a ser testemunhas da verdade: a ir, ver e partilhar”. Afirma que todos os instrumentos de comunicação são importantes, mas o desafio que nos espera é o de comunicar, encontrando as pessoas onde estão e como são. Conclui convidando a orar:
“Senhor, ensinai-nos a sair de nós mesmos e partir à procura da verdade. Ensinai-nos a ir e ver, ensinai-nos a ouvir, a não cultivar preconceitos, a não tirar conclusões precipitadas. Ensinai-nos a ir aonde não vai ninguém, a reservar tempo para compreender, a prestar atenção ao essencial, a não nos distrairmos com o supérfluo, a distinguir entre a aparência enganadora e a verdade. Concedei-nos a graça de reconhecer as vossas moradas no mundo e a honestidade de contar o que vimos” (Papa Francisco, Roma. 23/01/2021).
Dom Hélio Adelar Rubert – Arcebispo de Santa Maria