Sem acampamento Farroupilha e sem Expointer

Este ano de tantas privações, por causa da pandemia, também ficamos sem o acampamento Farroupilha, até mesmo sem Expointer. Eram sempre duas características do mês de setembro, aqui em nosso Estado.

A Exposição era uma manifestação de pujança de nossos agricultores e pecuaristas e o acampamento farroupilha lembra o heroísmo de nossos antepassados que lutaram pelos nossos direitos e pelo direito à existência neste extremo sul do Brasil.

Em nossas celebrações litúrgicas, estaremos lembrando que nesta volta à nossa vida comunitária é fundamental a disposição de uma verdadeira conversão.

Tudo começa na primeira leitura, no texto de Isaías que nos escreve: “Abandone o ímpio seu caminho e o homem injusto as suas maquinações; volte ao Senhor que terá piedade dele, volte para o nosso Deus que é generoso no perdão e na misericórdia” (Is 55,7). Nosso Deus realmente está esperando o retorno de todos os seus filhos que durante a longa pandemia se afastaram.

De alguma forma, Jesus fala a respeito do mesmo tema, neste final de semana: “O Reino dos Céus é como a história do patrão que saiu de madrugada para contratar trabalhadores para a sua vinha. Combinou uma moeda de prata por dia de trabalho… Depois, ele chamou outros às nove horas, outros ao meio-dia, e alguns ainda no meio da tarde… No fim do dia chamou um a um e lhes deu uma moeda pelo trabalho. Deu a todos a mesma moeda!” (Cf.Mt 20,1-8). É claro que logo alguns reclamaram. Eram aqueles que trabalharam o dia todo, ao ver que os últimos ganharam uma moeda, julgavam ganhar mais. Então o patrão falou: “Amigo eu não fui injusto contigo. Não combinamos uma moeda de prata por dia? Eu quero dar a este último o mesmo que dei a ti. Por acaso não posso fazer o que eu quero com o que é meu?” (Cf.Mt 20,13-15).

A grande lição que nós tiramos é que diante de Deus importa servir o tempo todo que nós temos. Uns tem mais ou tem menos tempo e oportunidades. Se cada um faz a sua parte, então teremos a recompensa completa e total.

Nossa vida mudou e muitos programas, neste ano, por causa da pandemia, não foram realizados, mas nós queremos estar com aqueles que fazem e fizeram a sua parte.

Dom Zeno Hastenteufel – Bispo Diocesano de Novo Hamburgo