Senhor, nós gostaríamos de ver Jesus
Estamos já no quinto domingo da quaresma e a temática da liturgia deste final de semana já se desenvolve em Jerusalém, que será também o cenário da Semana Santa.
Já havia muita gente na cidade. De todos os lados as pessoas vieram para as festas. Jesus e os seus discípulos também estavam lá e então se deu aquela cena em que alguns gregos de aproximaram de Filipe e fizeram aquela pergunta que certamente todos nós gostaríamos de fazer: “Senhor, nós gostaríamos de ver Jesus” (Jo 12,21). E quem não gostaria de ver Jesus, de poder ter um encontro pessoal e frontal com o Senhor? Aqueles gregos desconhecidos representam toda a humanidade. Todos querem ver Jesus.
O pobre do Filipe foi logo falar com André e os dois então, cheios de coragem, foram falar com Jesus. É claro que eles não tinham muita confiança naqueles gregos e eles sabiam que o momento era de muita seriedade. Não era uma simples vontade de ver.
Jesus também entendeu imediatamente que estava chegando a sua hora. Por isso dá aquela grande resposta aos dois apóstolos: “Chegou a hora em que o filho do homem vai ser glorificado. Em verdade, em verdade vos digo: se o grão de trigo que cai na terra não morre, ele continua sendo um só grão de trigo; mas se morre, então produzirá muito fruto” (Jo 12,24).
Para Jesus está claro que ele vai morrer. Só em pensar sobre isto, já se assusta. Mas, foi para isto que ele veio ao mundo. Esta é a sua missão. Ele veio para nos salvar. E esta salvação passaria pela paixão, morte e ressurreição. Por isso Jesus diz bem no final deste evangelho: “Agora, o chefe deste mundo vai ser expulso, e eu, quando for elevado da terra, atrairei todos a mim” (Jo 12, 32).
Já a carta aos Hebreus, não deixa dúvidas: “Mesmo sendo Filho, aprendeu o que significa obediência a Deus… Mas, na consumação de sua vida, tornou-se causa de salvação eterna para todos os que lhe obedecem” (Hb 5,8-9). Ele era o Filho de Deus. Veio ao mundo para nos libertar do pecado. Mas, para ser salvador de verdade, ele precisaria ser obediente até a morte e morte de Cruz. Sem morte não haveria ressurreição.
Dom Zeno Hastenteufel – Bispo Diocesano de Novo Hamburgo