Ser dizimista é uma questão de amor

 

Durante o mês de julho, em todas as paróquias da Diocese, estaremos rezando e refletindo sobre a Pastoral do Dízimo. Gostaríamos muito que todos os católicos de nossas comunidades buscassem responder a estas perguntas: como entendo o dízimo? Já fiz essa experiência de forma livre e consciente? Se ainda não sou dizimista, por quê?

Antes de tudo, deixar claro que ninguém é obrigado a partilhar o dízimo. Ser dizimista é uma questão de amor e de fé, é uma decisão livre e responsável. Só partilha quem reconhece ter recebido e sente-se igreja, querendo participar ativamente dela. Para dar dinheiro, basta tê-lo; para ser verdadeiro dizimista, é preciso crer e reconhecer que pertencemos a essa instituição humano-divina que é a Igreja.

Muitos são os verbos usados para falar do dízimo: colaborar, pagar, ofertar, doar, consagrar, entregar, recolher, arrecadar, apresentar, retribuir, contribuir, devolver, partilhar… Os dois últimos melhor traduzem o verdadeiro sentido do dízimo: devolver e partilhar. Somente devolve quem reconhece ter recebido, e somente partilha quem tomou consciência de que pertence a uma comunidade vinculante.

Como expressa o documento 106 da CNBB: “O cuidado com a motivação permanente em vista do dízimo está relacionado com a vivência integral da fé, que implica também a inserção na comunidade eclesial. Promove-se o dízimo cultivando a fé”. Quando falta a fé, o dízimo se torna taxa, imposto, um peso a suportar. O valor partilhado é tão mesquinho que chega a ser vergonhoso.

Quando motivada pela fé, a pessoa sente-se bem, feliz, realizada, honrada e agradecida por poder participar da vida e da missão na comunidade. Como expressava aquele humilde catador de papel: “Sou dizimista e sou feliz!”

A opção por partilhar o dízimo não deve ser motivada pelo medo do castigo, mas por ter entendido que é o melhor modo de viver a caridade cristã. Essa decisão de partilhar o dízimo nasce de um coração convertido. Ser dizimista é uma questão de amor e de fé.

 

Dom Jaime Pedro Kohl – Bispo de Osório