Ser padre, hoje!

O mês de agosto é dedicado às vocações. Nesta primeira semana, vamos refletir e rezar pelas vocações sacerdotais. O Batismo introduz a pessoa na vida em Cristo, no caminho do seguimento de Jesus, no sacerdócio comum.

O sacerdócio ministerial supõe um novo chamado. Portanto, para ser padre não basta querer, mas precisa de um discernimento muito sério, feito de muita escuta orante da Palavra e um acompanhamento espiritual para ajudar no discernimento da vontade de Deus.

Devemos reconhecer que, hoje, não é fácil para um jovem trilhar o caminho do sacerdócio. Contudo, Deus continua passando e convidando pessoas para trilhar esse caminho. A resposta é sempre muito pessoal e implica uma grande liberdade interior e muita determinação.

Infelizmente, muitos não conseguem entender isso devido a visão míope ou muito materialista e utilitarista da vida, presentes até mesmo entre os praticantes. Há uma grande pobreza de compreensão dos valores que acompanham o ideal da vocação sacerdotal. São muitos os que rezam pelas vocações, mas poucos os que incentivam os jovens a assumir o sacerdócio ministerial.

O serviço que o padre presta é nobre e digno, surge e amadurece na comunidade de fé, desabrocha na perspectiva do Reino de Deus e do compromisso missionário.

Quando assumimos o sacerdócio e suas exigências livremente, com conhecimento de causa, com uma visão teológica e espiritual adequada, segundo o projeto de Deus e o ensinamento da Igreja, experimentamos uma grande alegria: o prazer de servir a Deus nos irmãos.

Se o padre se esforça por viver bem e com fidelidade sua missão junto à comunidade e essa aceita seu ministério nasce um vínculo de amizade espiritual de grandíssimo valor.

Enquanto pessoas humanas, somos suscetíveis a fraquezas e fragilidades como todos. Mas, se formos sinceros e esforçados na vivência deste ministério, somos para a comunidade cristã uma referência importante, não por mérito pessoal e sim pela graça que foi derramada em nosso coração na Ordenação Sacerdotal.

Exemplo disso é São João Maria Vianney, padroeiro dos párocos, que mesmo com grandes limites a nível intelectual, conquistou a França e o mundo com sua piedade e generoso serviço presbiteral.

Digo a todos, mas especialmente aos jovens que estão dispostos a escutar o chamado de Deus: é bom ser padre! Eu não me arrependo por nada de ter dado o meu “SIM” ao chamado de Deus. E, se pudesse voltar atrás, faria tudo de novo.

Jesus prometeu aos que respondem ao seu chamado o cêntuplo neste mundo e a vida eterna. Jovem, não tenha medo! Deus é fiel e conta com você!

Para refletir: Qual é a minha relação com o padre responsável por acompanhar minha comunidade? Consigo dialogar com ele? Valorizo essa vocação? É alguém significativo para a minha família? O que eu e minha família poderíamos fazer para ajudar as vocações sacerdotais?

Textos bíblicos: Is 55, 1-3; Rm 8, 35-39; Mt 19, 27-30; Sl 144.

Dom Jaime Pedro Kohl – Bispo de Osório