Servidores do Reino

Saudamos a todos os irmãos e irmãs que mais uma vez estão em sintonia com a Voz da Diocese, ao celebrarmos o 29º Domingo do Tempo Comum, no espírito deste mês missionário, recordando o lema: “Não podemos deixar de falar sobre o que vimos e ouvimos” (At 4,20).

Prezados irmãos e irmãs. Voltamos nosso olhar para a Palavra de Deus que nos convida a refletir sobre o amor de Deus manifestado em Jesus Cristo que assume a condição de servo para salvar a humanidade.

A Leitura do Livro do Profeta Isaias retrata parte do Cântico do Servo sofredor, prefigurando Jesus Cristo que oferece sua vida em “expiação” e “carregando sobre si as nossas culpas”. Renova desta forma o povo de Deus que assume uma nova condição, justificada em seu amor. Ele é expressão do amor comprometido de Deus em favor de seu povo.

A Carta aos Hebreus no conforta com a expressão: “temos um sumo-sacerdote capaz de se compadecer de nossas fraquezas” e nos anima a caminharmos ao seu encontro para “alcançarmos a graça de um auxílio no momento oportuno”. Jesus é solidário conosco e seu amor é misericordioso.

O Evangelho apresenta o anúncio da morte da paixão de Jesus e gera um conflito entre seus discípulos na disputa por poder. Jesus, porém, recorda que a condição de seu seguimento é o desapego e seu reino difere dos reinos terrenos. Seu Reino não consiste no poder, mas sim no serviço. Recorda sua missão que deve ser assumida, da mesma forma por todos: “O Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida como resgate por muitos” (Mc 10,45).

Iluminados por esta Palavra, somos encorajados a assumir nossa missão na condição de servidores do Reino e testemunhas do grande amor que Deus manifestou a nós pelo mistério da encarnação de seu Filho Jesus. Sua missão foi de revelar ao mundo, por palavras e pelo exemplo, o projeto salvador do Pai do qual nós temos a graça de sermos os destinatários.

Estimados irmãos e irmãs. Queremos no unir, nesta oportunidade, com toda a Igreja neste momento especial de sua história. O papa Francisco lançou o Sínodo dos Bispos que deverá acontecer em outubro de 2023´e que foi aberto por ele neste dia 10 de outubro. É um tempo de graça que traz como tema: “Por uma Igreja sinodal: comunhão, participação e missão”. É um “momento eclesial” disse o papa: “No único Povo de Deus, portanto, caminhamos juntos, a fim de experimentar uma Igreja que recebe e vive este dom da unidade e está aberta à voz do Espírito”.

Será um processo de dois anos e em diversas etapas, de outubro deste ano até outubro de 2023. Será um tempo de escuta, pois, reforçou o papa na homilia de abertura: “fazer Sínodo significa caminhar pela mesma estrada, caminhar juntos”. E prossegue: “Fixemos Jesus, que na estrada primeiro encontra o homem rico (recordando a passagem do Evangelho), depois escuta as suas perguntas e, por fim, ajuda-o a discernir o que fazer para ter a vida eterna”. Aparece os três verbos centrais do processo sinodal: “Encontrar, Escutar e Discernir”.

Continua o papa em sua homilia: “O Sínodo é um caminho de discernimento espiritual, de discernimento eclesial, que se faz na adoração, na oração, em contato com a Palavra de Deus”. E conclui o papa: “Queridos irmãos e irmãs, […] sejamos peregrinos enamorados do Evangelho, abertos às surpresas do Espírito Santo. Não percamos as ocasiões de graça do encontro, da escuta recíproca, do discernimento. Com alegria de saber que, enquanto procuramos o Senhor, é Ele quem primeiro vem ao nosso encontro com o seu amor”.

Prezados irmãos e irmãs. Vivamos este tempo de preparação para o Sínodo da Igreja, animados pelo espírito missionário e iluminados pela Palavra de Deus que nos indica o caminho da comunhão e da participação em nossa comunidade eclesial. “Agora é tempo de ser Igreja; caminhar juntos, participar”.

Deus, em seu amor misericordioso, abençoe a todos. Amém.

Dom Adimir Antonio Mazali – Bispo Diocesano de Erexim