Solenidade da Epifânia: Jesus, Luz para as Nações
A Solenidade da Epifânia, celebrada no domingo mais próximo do dia 6 de janeiro, é uma Solenidade das mais significativas no calendário litúrgico da Igreja, marcando a manifestação de Cristo ao mundo. Esta Solenidade não apenas celebra a visita dos Magos, mas também simboliza a revelação de Jesus como Salvador para todas as nações, enfatizando a universalidade da mensagem cristã. A palavra “Epifânia” deriva do grego “epiphaneia”, que significa “manifestação” ou “aparição”, e nos convida a refletir sobre como a luz de Cristo se irradia sobre toda a humanidade, trazendo esperança e salvação.
A 1ª Leitura (Isaías 60, 1-6), a qual é um trecho do livro do profeta Isaías, nos convida a refletir sobre a luz que brilha sobre o povo de Deus. O profeta anuncia um tempo de glória e esperança, onde as nações se voltarão para a luz de Deus. Ele diz: “Levanta-te, brilha, porque chegou a tua luz, e a glória do Senhor nasceu sobre ti”. Este texto é um prenúncio da vinda de Cristo, que traz salvação e redenção, e destaca a importância da missão universal da Igreja. A luz de Deus não é apenas para Israel, mas para todos os povos, simbolizando a inclusão e a chamada à conversão de todas as nações.
O Salmo Responsorial (Salmo 71) é uma oração que clama pela justiça e pela proteção do rei, visto como um instrumento de Deus. A menção das nações que se prostrarão diante dele reflete a ideia de que a realeza de Cristo é reconhecida por todos os povos. O salmo afirma: “Que os reis de Társis e das ilhas lhe tragam presentes; que os reis da Arábia e de Sabá lhe ofereçam tributos”. Este salmo reforça a mensagem de que Jesus é o Rei dos Reis, cuja justiça e paz devem ser proclamadas em todo o mundo. A adoração dos reis das nações antecipa a aceitação de Cristo por todos os povos, mostrando que a sua realeza transcende fronteiras e culturas.
Na 2ª Leitura (Efésios 3, 2-3a.5-6), São Paulo fala sobre o mistério da salvação, que foi revelado aos gentios. Ele enfatiza que todos somos coerdeiros da promessa em Cristo, quebrando barreiras e unindo diferentes povos. Ele afirma: “Os pagãos são coerdeiros, membros do mesmo corpo e coparticipantes da promessa em Cristo Jesus”. Esta mensagem é central na celebração de hoje, ao afirmar que a salvação é acessível a todos, independentemente de sua origem. A inclusão dos gentios na promessa de Deus é um testemunho do amor universal de Cristo, que não faz distinção entre os povos.
O Evangelho (Mateus 2, 1-12) narra a visita dos Magos, que seguem a estrela até encontrar o menino Jesus. Este relato é rico em simbolismo, mostrando que a sabedoria e a busca sincera levam ao encontro com Cristo. Os Magos, representando as nações, vêm adorar o Rei dos Reis, e sua jornada é um exemplo de fé e perseverança. A adoração dos Magos representa a aceitação de Jesus como o Messias por pessoas de diferentes culturas, reforçando a ideia de que Ele é a luz que ilumina todos os povos. A frase “Vimos a sua estrela no Oriente e viemos adorá-lo” destaca a importância da revelação divina que guia os corações em busca da verdade.
Neste Ano Santo da Esperança, as leituras da Epifânia nos convidam a refletir sobre como podemos ser luz para os outros. Assim como os Magos seguiram a estrela, somos chamados a buscar a verdade e a justiça em nossas vidas. Devemos nos esforçar para acolher a diversidade e promover a unidade entre os povos, vivendo a mensagem de Cristo em nossas ações diárias. A Epifânia nos lembra que a luz de Cristo deve brilhar em nós, guiando-nos a sermos instrumentos de paz e reconciliação em um mundo muitas vezes dividido.
A Solenidade da Epifânia nos lembra da universalidade da mensagem de Cristo e da importância de sermos portadores dessa luz no mundo. Que possamos, neste Ano Santo da Esperança, nos comprometer a viver e a testemunhar a fé de maneira inclusiva e amorosa, refletindo a glória de Deus em nossas vidas e comunidades. E que Nossa Senhora da Epifânia nos ajude a ser sempre luz para os outros.
Dom Antonio Carlos Rossi Keller – Bispo de Frederico Westphalen