Solenidade de Pentecostes

Celebramos hoje, com grande alegria, o Domingo de Pentecostes. O Espírito Santo encontra, no Cenáculo, Maria rezando com os apóstolos. Eles estão fortemente unidos e cantam salmos, meditam em versículos da Escritura Sagrada e memorizam os ensinamentos de Jesus. A mesma unidade e comunhão é simbolizada nas línguas de fogo que descem do céu e espalham-se sobre as cabeças de cada um dos presentes. Uma rajada de vento atraiu uma multidão para perto do Cenáculo. A primeira efusão do Espírito Santo aconteceu prodigiosamente.

Hoje, somos nós que nos reunimos e o Espírito Santo vem como um dom do Pai, para a Igreja e para cada um dos fiéis, não mais de forma extraordinária, mas no silêncio de cada alma agradecida, que acolhe amorosamente este imenso dom de Deus.

Jesus não disse a eles quanto tempo eles teriam que esperar, em oração, a vinda do Espírito Santo prometido. Ele pediu que se mantivessem em oração, e eles responderam generosamente. Os acontecimentos de Pentecostes os pegaram de surpresa. “De repente, veio do céu um barulho como se fosse uma forte ventania, que encheu a casa onde eles se encontravam“. Apareceram na sala “línguas como de fogo, que se repartiram e pousaram sobre cada um deles“. O efeito é imediato. “Todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito os inspirava”.

Que grande dom a Igreja que estava nascendo, recebeu. O Espírito Santo, como professamos no Credo, “procede do Pai e do Filho”.

O Espírito Santo é a terceira pessoa da Santíssima Trindade. Não é uma realidade fácil de se compreender. O que sabemos é que Ele nos conhece, nos ama, nos ouve, fala conosco, está conosco, nos ajuda a superar a solidão e podemos recorrer a Ele para pedir conselhos. É Deus, como Pai e o Filho: infinitamente bom e sábio, onipotente e misericordioso. Ele é o amor mútuo entre Pai e Filho. Vem de ambos. Enquanto o amor é um sentimento mortal em nós, o Espírito Santo é uma pessoa divina, eterna.

O fogo aquece as pessoas, funde diferentes corpos em um, queima o que é inútil ou prejudicial e ilumina tudo o que é escuro. Isso nos ajuda a entender a missão do Espírito Santo na Igreja.

O Espírito Santo é a alma da Igreja, que ajuda a formar a imagem viva de Jesus em nós. A alma mantém unidos os elementos do corpo. Quando se separa a alma do corpo, o corpo morre e se decompõe. Sem o Espírito Santo, a Igreja seria um corpo morto.

Todas as pessoas podem entender a linguagem do amor. “Cheios de espanto e admiração, diziam: ‘Esses homens que estão falando, não são todos galileus? Como os escutamos na nossa própria língua?’”.

Se nos deixarmos atingir pela Graça do Espírito Santo, a face da terra mudará.

Somente o amor verdadeiro pode ter efeitos duradouros.

Neste dia de Pentecostes, acolhamos o dom extraordinário de Deus para a Igreja e para cada um de nós: o Espírito Santo.

No dia de hoje, em todas as nossas Comunidades, oferecemos nossas ofertas materiais para a manutenção da Missão e dos missionários do Rio Grande do Sul, em Moçambique, na África. Sejamos generosos.

Dom Antonio Carlos Rossi Keller – Bispo de Frederico Westphalen