Superação da violência em debate na Diocese de Cruz Alta

Encontro reuniu representantes de diversas esferas da sociedade para debater e aprofundar o tema.

Diocese de Cruz Alta – Com o objetivo de encontrar meios para superar a violência, a Diocese de Cruz Alta reuniu dezenas de pessoas, oriundas dos diversos setores da sociedade, para discutir o tema. Durante manhã e tarde, foram realizados debates e exposição de painéis dos diversos tipos de violência, seja no segmento familiar, racial, carcerário, drogas, entre outros. Participaram da mesa de debates – que foi mediada pelo Teólogo Rogério Oliveira Aguiar, assessor de projetos na Fundação Luterana de Diaconia – FLD, entidade parceira do evento – a promotora de Justiça Criminal, Caroline Mottecy de Oliveira, que falou sobre a Realidade Jurídica no aspecto da Violência; o Delegado da 2ª DP, Rafael dos Santos, que falou sobre a violência e as drogas; a Assistente Social Larissa Gardin, Mestranda em Práticas Sócioculturais e Desenvolvimento Social da Unicruz, que também representou o CRAS de Panambi, falou sobre o tema Violência Intrafamiliar e o Advogado, Fagner Pias, Mestre em Práticas Socioculturais e Desenvolvimento Social e professor da Universidade de Cruz Alta, que falou sobre a violência racial.

O Bispo Diocesano Dom Adelar Baruffi fez a abertura do encontro, quando reforçou o pedido da Campanha da Fraternidade de 2018, que pede, não um combate, mas a superação da violência. Ele explanou os diversos tipos de violência e apontou alguns caminhos como uma solução. “Abrimos esta discussão com a sociedade e representantes de diferentes instituições para aprofundarmos o tema da superação da violência. Foi muito enfocado que a palavra que queremos usar é a superação e não somente o combate. Claro, existem instituições que fazem o combate à violência, porém, a superação é algo mais amplo e a Igreja quer se somar junto à sociedade nesta superação, partindo da fé, de Jesus Cristo e seu evangelho, para poder levar às pessoas uma vida digna”, destaca. Para o Bispo, é somando-se a outras pessoas, que torna-se possível conhecer e aprofundar todas as realidades sociais que produzem a violência; conscientizar-se de que cada um de nós podemos e devemos, em rede, trabalhar para construirmos um mundo mais fraterno; que o horizonte de nossa ação é sempre amplo. É o horizonte da fraternidade, porque vem de Deus. Não podemos nos acostumar com a ideia de que a violência é algo cultural ou que faz parte do ser humano. Não, ela foi criada e, por isso, precisamos fazer um caminho de retorno de educação para um mundo de paz.

A Promotora de Justiça, Caroline Mottecy de Oliveira, acredita que a educação é um dos caminhos para a superação da violência. “Acredito que a primeira forma de se superar a violência é priorizar a educação, trazer mais importância para as questões relacionadas à educação, à valorização dos professores e, também, à questão da segurança pública. São questões fundamentais. Uma não sobrevive sem a outra e, somente com segurança e educação é que vamos poder pensar em superar a violência”, declara. Segundo a Promotora, a motivação que leva a um aumento na criminalidade gira em torno de um contexto. “Temos hoje uma violência endêmica. Não importa a região, esferas ou classes sociais, ela existe de todas as formas”, diz Caroline, acrescentando que a quantidade de crimes é motivada por fatores, como: “falta de segurança, de educação, o tráfico de drogas, a legislação que é falha, as punições que são inadequadas, o sistema prisional que é praticamente impróprio, enfim, uma série de questões que devem ser levadas a conhecimento e discussão para que possamos ter efetividade e conseguir, de alguma forma, mudar esta realidade”.

Durante o seminário, a exposição “Nem tão doce lar – Uma vida sem violências” foi montada em uma das salas do Centro Pastoral, e pode ser visitada pelos participantes. Trata-se de uma réplica de uma casa, com móveis, utensílios domésticos que remetem a questão da violência. Esta exposição percorre todo o país, há cerca de 15 anos, sempre primando pelos aspectos do local onde é apresentada. Também, na parte da tarde, foi realizada uma roda de diálogo promovida e conduzida por Rogério Aguiar, da Fundação Luterana de Diaconia – FLD.

(Fonte: Assessora de Comunicação da Diocese de Cruz Alta)

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