Um domingo para todos os Santos
Este ano, por coincidência, todos os santos e finados ocorrem como antigamente, nos dias 01 e 02 de novembro. Primeiro um momento de alegria e esperança diante de nossa universal vocação à santidade, para depois fazermos uma visita ao cemitério e nos darmos conta de que este é o caminho natural de toda a pessoa humana, e o nosso corpo um dia vai acabar em algum cemitério, enquanto nós estaremos ressuscitando para a vida eterna.
Na liturgia deste domingo, a leitura do Apocalipse nos enche de alegria e esperança, já que de imediato, São João diz ter visto uma multidão de cento e quarenta e quatro mil assinalados que estavam junto de Deus, mas depois entrando um pouco mais, fala em uma “imensa multidão, que ninguém podia contar; gente de todas as nações, tribos, povos e línguas. Estavam de pé diante do trono do Cordeiro; vestiam túnicas brancas e traziam palmas nas mãos. E depois o anjo falou: Estes são os que vieram da grande tribulação. Lavaram e alvejaram as suas vestes no sangue do Cordeiro” (Apoc 7, 9-11.14).
É claro que este Cordeiro é o Filho de Deus, imolado por nós e que morreu na Cruz precisamente para nos salvar. É um sangue que lava e torna branco, puro e preparado para o encontro definitivo com o Senhor!
No Evangelho deste domingo, nós nos encontramos com as bem-aventuranças. É Jesus que começa o grande sermão da montanha precisamente apresentando os que agora são bem-aventurados. É uma linguagem nova, e os felizes, segundo o Senhor são os pobres, os aflitos e os que choram; aqueles que são perseguidos e caluniados, todos aqueles que agora sofrem injustiças e passam pelas mais variadas humilhações e carregam sua cruz com alegria. O texto deste domingo termina com uma referência concreta à alegria: “Alegra-vos e exultai, porque é grande a vossa recompensa nos céus. Pois foi deste modo que perseguiram os profetas que vieram antes de vós” (Mt 5,12).
E nós teremos ainda a segunda-feira, o feriado de Finados, para uma visita ao cemitério, fazermos a nossa oração pelos falecidos de nossas famílias, mas principalmente para pensar um pouco sobre esta realidade tão concreta que é a morte. Todos nós vamos passar por isso. E cada passo que damos é mais um passo em direção à morte.
Dom Zeno Hastenteufel – Bispo Diocesano de Novo Hamburgo