Um tributo à vida
Dom José Gislon – Bispo Diocesano de Erexim
Na segunda quinzena do mês de julho, comemoramos o dia do motorista, do agricultor/a e dos avós. São datas que podem passar despercebidas por muitas pessoas, mas que envolvem, no contexto da nossa sociedade do Alto Uruguai gaúcho, uma grande porcentagem da nossa população.
Por isso, quero prestar meu tributo à vida dos milhares de agricultores/as da nossa região que manifestam amor pelo cultivo da terra, pelo trabalho em família, pela vida de fé celebrada na família e em comunidade. São milhares de homens, mulheres e jovens, que trabalham na agricultura, na qual a história da vida é contada a partir da realidade do trabalho, da família e da comunidade de fé, construída na solidariedade e mantida na disponibilidade do amor serviço pela causa do Reino.
Conhecendo a realidade do povo de Deus das nossas comunidades, creio ser oportuno recordar uma frase da grande poetisa goiana Cora Coralina: “O que vale na vida não é o ponto de partida e sim a caminhada. Caminhando e semeando, no fim terás o que colher”. O ponto de partida para muitos dos nossos pais e avós, que vivem ou viveram no campo, foi de muito trabalho, sacrifício e pouco conforto, onde a vida era colocada nas mãos de Deus a cada manhã. Hoje podem olhar o passado e o caminho percorrido, tendo no coração aquela paz dos que foram duramente provados pelas realidades da vida, mas em todas elas foram vencedores.
As mãos calejadas de nossos pais e avós contribuíram para que as novas gerações pudessem ter oportunidades que eles não tiveram, na educação e no mundo profissional. Por isso, é importante termos presente a nossa história pessoal e familiar, feita muitas vezes de grandes sonhos e pequenos passos, de muito trabalho, esperança e fé através das gerações.
Quero manifestar minha gratidão aos agricultores/as da nossa Diocese, aos avós, guardiães da memória viva das grandes mudanças que aconteceram na nossa região. Aos motoristas que percorrem tantos caminhos, que tenham sempre presente o caminho do amor pela vida.