Viamão celebrará 200 anos da morte do “primeiro sacerdote gaúcho”
No próximo dia 17/05 recorda-se os 200 anos da morte do Padre João Diniz Álvares de Lima, considerado o primeiro sacerdote nascido no Rio Grande do Sul.
No dia 25/05 às 9h, será celebrada uma missa na Igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição em Viamão pelo do bicentenário de falecimento do Pe. João Diniz. A Celebração Eucarística será presidida por dom Jorge Pierozan, bispo de Rio Grande – cidade natal do Pe João Diniz, e concelebrada por dom Jaime Spengler, cardeal-arcebispo de Porto Alegre.
O PRIMEIRO PADRE GAÚCHO
O Padre João Diniz Álvares de Lima foi “o primeiro sacerdote gaúcho, natural do Rio Grande”, segundo Arlindo Rubert (autor de História da Igreja no Rio Grande do Sul, EDIPUCRS, 19

94). Batizado em 1745, Diniz fez sua formação no Seminário do Rio de janeiro, onde fora ordenado em 13 de junho de 1778, aos 33 anos.
Sua primeira paróquia foi Santo Antônio da Patrulha, sendo designado pároco de Viamão em 1782, onde permaneceu até 1798, porém, continuou residindo em Viamão como pároco emérito. No seu período foi concluída a grandiosa construção da Igreja de Nossa Senhora da Conceição e implantado o barroco que caracteriza o seu interior, o que fora destacado nas anotações do presbítero visitante Dom José Caetano Coutinho, em 1815, quando passou pela cidade:
“A igreja é magnífica por fora e por dentro; tem duas torres com quatro bons sinos, excelente batistério, sete ricos altares, ótima sacristia, fronteira e uma Capela do Senhor dos Passos, muito bons ornamentos; enfim, tudo obra do zelo e do dinheiro do respeitável Padre João Diniz […] Só numa ocasião doou 1200 reses para a igreja de Viamão.”
O Padre e sua mãe, Dona Catarina de Lima, herdaram a Fazenda Boa Vista, que reunia, na época, três antigas sesmarias. Vem dessa riqueza, da generosidade do Padre Diniz e de sua cultura e amplos conhecimentos, toda a ornamentação barroca que consagrou a Capela Grande de Viamão, reconhecida como Patrimônio Histórico e Artístico Nacional na primeira listagem de bens tombados pelo SPHAN, em 1937.
João Diniz faleceu em 17 de maio de 1825, deixando em seu testamento muitas doações aos mais pobres, às mulheres afilhadas, à Santa Casa de Misericórdia e especialmente à Igreja de Viamão.