Viemos adorá-lo

Dom Hélio Adelar Rubert – Arcebispo de Santa Maria

estrela-guiaNa festa da Epifania do Senhor, celebrada no Brasil neste Domingo, oito de janeiro, lemos em Mateus esta frase: “Vimos a sua estrela no Oriente e viemos adorá-lo”(Mt 2,2).

Os magos eram originalmente sacerdotes persas, mas também astrólogos, por isso mesmo conheciam com precisão as estrelas. Depois de verem uma estrela especial, deixam-se nortear por ela. Alguns astrônomos falam de uma aproximação de Júpiter e Saturno ocorrida no ano 07 antes de Cristo. É possível que os astrólogos da Babilônia tenham interpretado essa constelação como sinal do nascimento do Messias tão esperado em Israel. Daí a procura dos magos pelo rei dos judeus, passando por Jerusalém e indo até Belém.

Os padres da Igreja e os primeiros cristãos procuram ir além da experiência cósmica e a relacionam com Cristo que é a nova estrela matutina: “Porque vindo das alturas… trouxe a luz para nós, que nos encontramos na solidão e na sombra da morte”.

Para nós, a estrela de Belém, possui muitos significados: a luz, a busca de Deus, a esperança, o sinal de alegria e  da novidade. Os magos, guiados pela estrela luminosa, foram até Jesus e reconheceram nEle o Messias, o Salvador. A experiência do encontro com Jesus Menino suscitou no coração deles uma profunda mudança. Diz o Evangelho que eles, no retorno, tomaram outro caminho significando o desejo de construir um mundo novo, seguindo o reinado de Jesus que é amor, misericórdia, simplicidade, perdão, o serviço e a justiça.

Os magos representam outros povos, outras culturas, mas também a busca de Deus que é forte no coração humano. Assim como os magos foram transformados pela experiência do encontro com Jesus, nosso encontro de fé com Jesus no Natal, muda nossa mentalidade, nossas vidas. Como os magos voltaram por outro caminho, e a suas vidas não foram mais as mesmas, assim também acontece com quem busca a Deus na honestidade, na justiça e na verdade.

A estrela, hoje, que conduz as pessoas até Jesus, deve ser a nossa vida, o nosso testemunho, a nossa evangelização. A não-violência deve ser o estilo de uma política para a paz (Papa Francisco).

Os cristãos são os continuadores do projeto de Jesus, oferecendo o que possuem de melhor, ou seja, a oração, a vida, os dons, os carismas e os serviços.

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