39 padres do Regional Sul 3 participam do Seminário de Iniciação à Vida Cristã para Presbíteros
Desde terça-feira, a Casa Dom Luciano, em Brasília, reúne 250 padres de todo o Brasil no Seminário de Iniciação à Vida Cristã para Presbíteros. No encontro, o Regional Sul 3 soma o maior grupo de participantes, com 39 presbíteros. O encontro se estende até esta quinta-feira, 03, e é organizado pela Comissão para a Animação Bíblico-Catequética da CNBB.
A celebração de abertura foi presidida pelo arcebispo de Santa Maria, presidente do Regional Sul 3 e presidente da Comissão Episcopal para a Animação Bíblico-Catequética, dom Leomar Antônio Brustolin, que na sequência proferiu uma palestra na qual destacou os três elementos norteadores da reflexão sobre a atual evangelização: sinais dos tempos, conversão pastoral e missão.
Dom Leomar ressalta que as grandes preocupações e oportunidades que se tem para a evangelização, especificamente na Iniciação à Vida Cristã, são um sinal de grande esperança. Ele pontua também que já se sabe da preocupação que a CNBB tem, na prática, com relação à catequese, às crianças, aos jovens e adultos.
“Como transmitir a fé para eles? Como garantir um pertencimento e um vínculo com a comunidade? Como testemunhar Jesus Cristo para não falar sobre Jesus, mas de Jesus a partir do meu testemunho?”, indaga dom Leomar.
O Presidente da Comissão relata ainda que, no seminário, os padres se manifestaram muito atentos e interativos, procurando alargar as reflexões para que se possa encontrar caminhos.
“Estarmos juntos, rezarmos juntos e pensarmos juntos já é grande sinal de boa perspectiva. Hoje nós temos certeza de que algo novo precisa ser feito na evangelização e as novas diretrizes vão nessa direção. A Iniciação à Vida Cristã não pode ser vista de forma desconectada com as questões relativas às Diretrizes”, pontuou.
Participantes do Regional
No grupo de 39 presbíteros do Regional Sul 3 está o Pe. Joelmar de Souza, da Arquidiocese de Passo Fundo. Em entrevista ao Regional Sul 3, ele aponta que estes dias de formação foram de esperanças e novas luzes à sua missão de presbítero, especialmente para garantir a todos um verdadeiro encontro com Jesus Cristo:
Diante de um contexto tão conturbado em que vivemos, percebemos que não podemos dar como pressuposto que nós, presbitérios, sabemos anunciar Jesus Cristo a ponto de encantar aqueles que nos foram confiados, analisou.
Para o presbítero, é fundamental que cada padre tenha consciência da responsabilidade que lhe é confiada e que a Iniciação à Vida Cristã precisa sempre estar centralizada em Jesus Cristo:
Precisamos estar convictos , como padres, cooperadores dos bispos, de que nossa missão de ser educadores da fé, ministros da Palavra e santificadores do Povo, só será mais eficaz a partir da experiência de Jesus Cristo, advinda do processo de Iniciação à Vida Cristã, disse Pe. Joelmar.
O diácono Renan Paloschi Zanandrea, da diocese de Vacaria, também integra o grupo de representantes do Regional Sul 3 e destaca que o Seminário traz a oportunidade de preparar os participantes para caminhar em comunhão com a Igreja no Brasil, em torno da Iniciação à Vida Cristã.
“Esse encontro nos ajuda a caminhar junto com a Igreja no Brasil, e ao mesmo tempo nos faz pensar naquilo que nós podemos e devemos aplicar na nossa diocese. Estamos a muitos quilômetros de Brasília, num contexto muito diferente, mas é interessante notar essa beleza que nós encontramos no Brasil todo, e aqui esse contato presencial com os presbíteros, com aqueles que já estão à frente nas suas dioceses e paróquias, nos ajuda a enriquecer também o nosso trabalho. É uma grande satisfação estar aqui hoje e ao mesmo tempo compartilhar essas experiências e trilhar esse caminho em torno da iniciação à vida cristã”, finalizou.
ABC da Iniciação à Vida Cristã
Responsável pela conferência sobre o “ABC da Iniciação à Vida Cristã”, o assessor da Comissão para a Animação Bíblico-Catequética, padre Wagner Carvalho, fez com que os participantes refletissem sobre terminologias e momentos celebrativos.
Dividida em três partes, o estudo se propôs, primeiro, a definir a natureza da iniciação e justificar o motivo para que a Igreja escolha como itinerário a formação do discípulo missionário. A segunda parte se concentrou na definição dos conceitos e, por último, destacou os desafios e oportunidades daquilo que está se falando na iniciação.
“A palestra tinha como objetivo também pensar em quais momentos o presbítero e a iniciação se tocam, para que não parta daquela iniciativa de dizer como eu devo fazer, mas antes entender esse fazer. E agora entendendo, eu posso fazer de modo consciente. A avaliação foi muito positiva, a participação deles e o interesse também nesse momento”, destacou o padre Wagner.
Querigma
Mariana Venâncio, também assessora da Comissão para a Animação Bíblico-Catequética da CNBB, proferiu no segundo dia de Seminário uma conferência sobre o “Querigma”, no qual destacou o seu significado, finalidade, pressupostos, decorrências e, ainda, como anunciá-lo.
“O anúncio querigmático é, na verdade, o centro da fé cristã, como o Diretório para a Catequese diz, vai ao âmago da fé cristã e ao anúncio de Jesus Cristo. Não o anúncio intelectualizado, mas a proposição do encontro com a pessoa de Jesus Cristo. Essa proposição tem por finalidade gerar a adesão a Jesus e o desejo por progredir no discipulado”, diz.
Marana salienta que aquele que acolhe o Querigma sente o amor do Pai, “sente-se envolvido por esse amor e sente então a necessidade de viver uma vida nova”. Por isso, segundo ela, abre-se a conversão e sente-se a necessidade da graça de Deus que se dá pelo Espírito Santo em comunidade.
“Refletimos hoje sobre esse anúncio querigmático e sobre o papel da comunidade cristã de assumir o anúncio querigmático e acompanhar aqueles que aderem a Jesus num caminho de aprofundamento do discipulado. Falamos muito também sobre a comunidade cristã e como ela se enriquece, cresce, tem futuro, a partir do anúncio querigmático, para que também os presbíteros, aqui participantes, consigam discernir o seu serviço específico nesse anúncio querigmático e como animar toda a comunidade a se envolver com essa missão”. finalizou.
Victória Holzbach | CNBB Sul 3
Com informações da CNBB