A esperança

 

Nos últimos anos estamos enfrentando inúmeras tribulações. Estávamos começando a nos reinventar após uma devastadora pandemia, e fomos surpreendidos por guerras e catástrofes climáticas. Toda essa situação está atingindo fortemente a existência humana, especialmente a dimensão da esperança, que para nós é uma das virtudes teologais.

Com grande preocupação o Santo Padre escolheu como lema para o Ano Santo de 2025, “peregrinos de esperança”. Mesmo que as virtudes teologais, a fé, a esperança e a caridade, nos são conferidas no Batismo, e que, portanto, ninguém pode nos tirar, elas precisam ser alimentadas, cultivadas e, sobretudo, quando diante de adversidades tão fortes precisam sim de um cuidado todo especial.

As três virtudes teologais, como o próprio nome lembra, são fundamentais na nossa vida. O apóstolo Paulo nos diz que das três a maior delas é a caridade (cf. 1 Cor 13,13). Mas olhando para a realidade tão desafiadora dos nossos tempos o Papa Francisco está nos propondo, para o Ano Santo, um olhar especial para a esperança. “Muitas vezes encontramos pessoas desanimadas que olham, com ceticismo e pessimismo, para o futuro como se nada lhes pudesse proporcionar felicidade. Que o Jubileu seja, para todos, ocasião de reanimar a esperança! A Palavra de Deus ajuda-nos a encontrar as razões para isso”. (Bula de proclamação do Jubileu, N. 1)

Evidentemente que, como as três virtudes andam de mãos dadas, ao assumirmos o Ano Santo com todas as nossas forças, vamos estar fortalecendo a esperança e, de lambuja, como diz o gaúcho, a fé e a caridade também serão fortalecidas.

Costumamos dizer que a educação é a metade da virtude, referindo-nos as boas maneiras que facilitam a boa convivência entre as pessoas. Aplicando esta sentença às virtudes teologais, podemos dizer que não basta recebe-las no Batismo, é preciso nos educar numa autentica vivencia das mesmas no mundo das nossas relações e no exercício da nossa missão de batizados.

Aproveitando o lema do Ano Santo, peregrinos de esperança, podemos dizer que somos também peregrinos de fé e de caridade. “Não é por acaso que a peregrinação representa um elemento fundamental de todo o evento jubilar”. (Bula de proclamação do Jubileu, N. 5). Isto é, peregrinando pelas estradas da vida, devemos anunciar e testemunhar que somos pessoas de fé, de esperança e de caridade.

 

Pe. Jair da Silva – Diocese de Bagé