A importância da Pastoral Escolar
“A Escola Católica é uma comunidade de fé que tem por base um projeto educativo caracterizado pelos valores evangélicos” (Diretório para a Catequese, 310).
O grande diferencial de uma escola confessional evidencia-se no jeito de expressar a fé e isso concretiza-se na dimensão Pastoral de educar. Compreendendo que a educação é um dos braços da Igreja, uma resposta às necessidades do homem e do mundo, muitas congregações religiosas, dioceses, paróquias e grupos constituídos legitimamente por leigos, que professam os valores cristãos e sintonia com as lideranças eclesiásticas, dedicam-se ao exercício da docência.
Uma escola viva, com identidade cristã-católica, respira e exala permanentemente a prática de cuidado da vida, tendo como centro de todo o agir o modelo de humanidade instaurado por Jesus, que dedicou-se integralmente ao cuidado da vida e ao amor ao próximo, especialmente aos mais vulneráveis.
A dinâmica da Escola em Pastoral está no coração de todas as práticas pedagógicas de uma Comunidade Educativa. Todos os professores e colaboradores precisam ter presente o espírito que perpassa tudo o que se realiza nesse espaço, com intencionalidade pedagógica, que não é fazer proselitismo, mas testemunhar um jeito de viver o evangelho, priorizando as relações de fraternidade, de acolhida, de diálogo e de solidariedade.
Boa parte das famílias que procuram as escolas católicas revelam que o motivo da escolha deve-se ao cultivo de valores e à acolhida. Isso fortalece a convicção da importância de assumirmos com firmeza, sem abrir mão, das práticas que nos são próprias. Não fazemos educação apenas para oferecer um ensino de qualidade, mas também- e sobretudo- para propor um caminho de vida baseado nos ensinamentos de Jesus Cristo, com referências de eternidade, alavancadas pela espiritualidade, pelas práticas de voluntariado e pela formação para a paz, para a justiça e para a integralidade do ser humano.
No mar de ofertas educativas em que estamos mergulhados, uma escola sem identidade não sobreviverá. Acolher os diferentes não significa abrir mão dos nossos princípios e de nossas tradições, pois elas têm conteúdo pedagógico. Compõem o nosso jeito de educar. Faz-se necessário fortalecer não apenas o carisma dos fundadores, mas sobretudo retomar as motivações pelas quais nos envolvemos no mundo da educação. Aos que sabem aonde desejam chegar, não são todos os caminhos que servem. Discutindo, conversando, alinhando perspectivas e utopias podemos pensar juntos uma escola que faça a diferença em meio à sociedade atual.
Não menos importante, precisamos recordar que não basta ter um setor de pastoral numa escola para que tudo se resolva. É preciso estabelecer processos formativos, momentos de partilha com as famílias e estudantes, precisamos deixar claro desde a entrada da escola quem somos, o que queremos, o mundo que sonhamos e quem nos ilumina na jornada da educação. Desde o recepcionista até o Diretor, todos são responsáveis pela escola que temos…. e pela que queremos.
Prof. Dr. Rogério Ferraz de Andrade