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Discípulos do Senhor e promotores da paz!

Queridos irmãos e irmãs, em Cristo Jesus! No Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas (Lc 24,36), quando Jesus se apresentou aos apóstolos depois da ressurreição, saudou-os dizendo: “A paz esteja convosco!”.

Como discípulos do Senhor Jesus, devemos promover a paz através das palavras e pelo testemunho de homens e mulheres pacificados pela comunhão com o Senhor. O discípulo que ama o Senhor faz questão de anunciar o que ele nos ensinou, para que outros possam acolher no coração, e para a vida, os seus ensinamentos.

Os discípulos do Ressuscitado professam a fé no seu Senhor. E a fé em Jesus nos pede compromisso com o Evangelho, no peregrinar da vida, como povo de Deus a caminho da casa do Pai. É difícil de entender, e pode até ser motivo de escândalo, um discípulo do Senhor que, em vez de promover a paz, tocando o coração das pessoas de todos os extratos sociais, alimente a cultura do ódio, em detrimento da paz nas famílias, nas comunidades e na sociedade.

No mundo, os discípulos precisam estar em sintonia com a pessoa de Jesus, com as suas escolhas de vida. Por mundo não se entende as pessoas que não crêem, mas aquela parte do coração do homem – de cada pessoa humana – onde reina as trevas, o pecado e a morte. Lá onde se cultiva o ódio, as paixões desequilibradas, ali está presente o mundo, com o seu espírito mau, oposto àquele de Cristo.

As primeiras comunidades cristãs sofreram grandes perseguições: “Todos aqueles que querem viver retamente em Cristo Jesus serão perseguidos” (2Tm 3,12). A realidade de muitas comunidades, e até mesmo da Igreja, não é diferente nos tempos atuais. Como discípulos do Ressuscitado, precisamos tomar consciência de que Cristo não nos abandonou, ele nos acompanha, nos sofrimentos e nas provações do dia a dia. É ele quem nos convida e nos envia em missão, porque mesmo em meio a tantas incompreensões, o Cristo Jesus continua a manifestar-se ao mundo. E onde ele se manifesta nada permanece como antes. A sua presença muda a tua vida, a tua família e a comunidade, e é sempre acompanhada de transformações inesperadas.

No anúncio do Reino de Deus, Jesus não nos indicou somente o caminho. Se tivesse mostrado apenas o caminho e o exemplo a seguir, na sua pessoa, nós teríamos certamente aprovado a sua doutrina e admirado o seu heroísmo, mas não teríamos jamais conseguido alcançar a mesma meta, o objetivo: a casa do Pai. Que o nosso peregrinar de discípulos do Senhor para a casa do Pai seja marcado pelos frutos do amor, da justiça, do perdão e da paz.

Dom José Gislon, OFMCap. – Bispo Diocesano de Caxias do Sul