Dom Rodolfo inaugura série de entrevistas com a Presidência Regional
O Regional Sul 3 se prepara para, durante a 60ª Assembleia Geral da CNBB, em Aparecida, de 19 a 28 de abril, eleger a sua nova presidência, responsável pela condução das ações da Igreja no Rio Grande do Sul no próximo quadriênio, deste ano até o início de 2027.
Entretanto, até que possamos conhecer este novo trio, conversamos com a Presidência atual do Regional Sul 3, que nesta série de entrevistas partilha as principais marcas destes últimos quatro anos. A pandemia que nos isolou, as luzes oferecidas pelas Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora, os desafios atuais, as conquistas e os sinais de esperanças serão tratados por dom Adilson Pedro Busin, Secretário; dom Rodolfo Luís Weber, Vice-Presidente; e dom José Gislon, Presidente do Regional Sul 3.
Para abrir o espaço, convidamos dom Rodolfo Weber, Arcebispo de Passo Fundo e Vice-Presidente do Regional. Na conversa, o arcebispo ressalta a confiança depositada pelo episcopado gaúcho quando o elegeu, as conseguências e os sinais da pandemia para a Igreja no Rio Grande do Sul, a articulação da Comissão Regional da Liturgia, que acompanha como bispo referencial e, por fim, algumas palavras de avaliação do período.
Confira a entrevista a seguir:
Quais os maiores desafios e alegrias em ter sido Vice-Presidente do Regional durante este tempo?
Estar à frente de uma instituição sempre se constitui um grande desafio por vários motivos, por exemplo: dirigi-la conforme prevê o estatuto e o regimento; propor ações e programações para alcançar a sua finalidade; tomar medidas administrativas; ouvir e dialogar com os membros da instituição. Quem faz parte da presidência tem uma responsabilidade maior e, portanto, deve ter um empenho maior.
A alegria maior é servir. Se os irmãos bispos depositaram a confiança para esta função, é sinal de que eu tinha algo para dar e acrescentar.
Deste quadriênio, mais de dois anos vivemos em pandemia, com lockdown. O que isso significou para a Igreja no Rio Grande do Sul?
Jesus deixou claro que seus seguidores o seguiriam no mundo. As realidades externas sempre são dinâmicas. Alguns momentos da história acontecem fatos mais impactantes que afetam a rotina de todas as pessoas e instituições. Se a Igreja não tivesse sofrido os impactos da pandemia, seria uma prova de que ela está longe do mundo. Vivendo todos os efeitos da pandemia é um sinal de que estamos próximos da realidade das pessoas.
Deus deu aos seres humanos a capacidade de encontrar respostas e soluções para as mais variadas situações. Deu à Igreja o dom do Espírito Santo. Deste modo não vivemos a pandemia somente com nossas forças, mas conduzidos pelo Espírito Santo.
A pandemia, a meu ver, também trouxe soluções para o regional. Mostrou que muitos assuntos se podem resolver usando os recursos da tecnologia, de forma virtual, pois reduz custos e viagens e isto permite estar mais tempo junto às pessoas na comunidade local.
Por outro lado, a forma virtual também mostrou a sua limitação. Não se pode fazer tudo de forma online. Encontros presenciais são necessários.
O Senhor é também Bispo Referencial da Comissão Episcopal para Liturgia no Regional. A partir deste serviço, como o senhor avalia a vivência do Pilar do Pão proposto pela DGAE 2019-2023?
A Comissão se reuniu regularmente de forma virtual, pois julgamos que os assuntos tratados podem ser encaminhados desta forma. Todas as arqui/dioceses têm representantes participando das reuniões. Foram feitas partilhas da vida celebrativa durante a pandemia, sobre as múltiplas iniciativas de celebrar durante a pandemia e seus efeitos na vida das comunidades.
Foi realizado um Seminário Estadual de Liturgia e outro de forma presencial com a representação da maioria das dioceses. Refletimos sobre o tema da ritualidade. Para este ano, o Seminário já está encaminhado.
A Liturgia, como nos lembra o papa Francisco na Desiderio Desideravi, é fundamental na vida da cristã. Também é o grande espaço e, para muitos fiéis, o único espaço de formação cristã. Diante disto, a Pastoral Litúrgica exige um cuidado pastoral prioritário.
Por fim, qual a sua avaliação geral deste quadriênio?
A meu ver o critério maior de avaliação é se conseguimos cumprir o que Regimento do Regional Sul 3 da CNBB prescreve para a presidência do regional. Dentro das limitações existentes, mais a pandemia, creio que a presidência conseguir realizar a sua missão.
CNBB Sul 3