Dom Urbano: comunidade passo-fundense se despede do bispo emérito

“Dom Urbano não teve apenas uma vida longa, mas uma história rica e que se concretiza em todo o bem que realizou”. Foi assim, destacando as ações de dom Urbano Allgayer, que dom Rodolfo Luís Weber, arcebispo metropolitano, iniciou sua fala durante a Celebração das Exéquias do bispo emérito de Passo Fundo, falecido no fim da tarde de terça-feira, 14, aos 95 anos.

Com a presença do Clero da Arquidiocese e de outras dioceses, de dom Adelar Baruffi, bispo de Cruz Alta, dom Liro Meurer, bispo de Santo Ângelo, de dom Adilson Pedro Busin, bispo auxiliar de Porto Alegre e secretário do Regional Sul 3 da CNBB, e dom José Gislon, bispo de Erexim e presidente do Regional Sul 33 da CNBB, a celebração envolveu a comunidade passo-fundense, na Catedral Metropolitana Nossa Senhora Aparecida, para agradecer pela dedicação do bispo emérito e prestar sua última homenagem.

“Estava de bem com a vida e, por isso, desejava viver”
Em sua fala, dom Rodolfo enfatizou a busca incessante de dom Urbano em se aproximar de Deus. “Vimos, nele, um esforço sincero para transformar em vida a Palavra de Deus. Sua vida foi fundamentada e vivida em Jesus Cristo”, iniciou. “Convivi com ele três anos e quatro meses e testemunho que, nesse tempo, dom Urbano passava os dias lendo jornais, revistas da semana e livros novos. Era alguém que estava presente e atual para proclamar à geração presente a boa nova do Evangelho”, recordou.

Dom Rodolfo resgatou, também, a intensa vida de oração de dom Urbano: a Eucaristia diária, a oração da Liturgia das Horas e o terço diário eram fiéis companheiros do bispo emérito. “Mesmo nos seus últimos dias, ele não deixou de lado a oração. O livro podia cair de sua mão, mas a oração continuava. Não foram poucas horas de missa que participou ou celebrou e fez outros refletirem a Palavra. Ele tinha certeza que a vida cristã necessitava da Eucaristia. E para manter-se em paz com Deus e consigo, tinha o costume de se confessar frequentemente. Não foram raras as vezes que me atendeu em confissão e pediu: ‘quero me confessar’. Dom Urbano não dispensava os sacramentos de Deus”, enfatizou o arcebispo que complementou: “Dom Urbano era um homem sereno e feliz. Estava de bem com a vida e, por isso, desejava viver”, concluiu.

“Sua história permanece nas próximas gerações”
Durante a celebração, foi lida, também, a mensagem do Núncio Apostólico, representante do papa no Brasil, dom Giovanni d’Aniello, que prestou suas condolências e colocou-se em comunhão com a Arquidiocese. Também, dom José Gislon, em nome do Regional, destacou o testemunho de vocação de dom Urbano e seu exemplo para todo o estado. “Ele colocou-se a serviço do povo de Deus nas várias realidades do Rio Grande do Sul. Foi um homem apaixonado pela vida na Igreja e com profunda compaixão pelo povo. Nunca deixou de olhar para quem estava na margem. Parte um homem, enterramos um corpo, mas sua história de vida permanece nas próximas gerações pelo bem que fez”.

“Quis que a formação estivesse em nossas mãos”
O reitor do Seminário Arquidiocesano, padre Ivanir Rodighero, representou o presbitério da Arquidiocese e enfatizou, em sua fala, o testemunho de fé, sua vivência de pastor e sua orientação de mestre diante do Clero. “Dom Urbano nos ajudou na promoção da vida e a nos afastar de tudo o que destrói. Tinha uma sensibilidade de pastor que se preocupava com a vida das ovelhas. Somos gratos por seu cuidado e por seu empenho. Ele esteve sempre presente e com uma presença que nos desafiava a viver o Reino de Deus”, colocou. Padre Ivanir destacou, ainda, sua atuação diante da criação do Itepa e do processo de formação da Arquidiocese. “Sempre quis que a formação estivesse em nossas mãos e que o processo vocacional levasse, de fato à consciência. Foi um verdadeiro Mestre do Reino de Deus”.

“Amava demais o seu povo”
Por fim, a família de dom Urbano Allgayer, apesar de emocionada, demonstrou a gratidão pelo cuidado e carinho dedicados ao bispo emérito. Renita Allgayer, cunhada de dom Urbano, destacou o amor que o bispo tinha por Passo Fundo. “Ele foi tão querido por todos e agradecemos por isso. Não foram poucas as vezes que tentamos levar ele para perto da família e ele preferiu ficar em Passo Fundo. Ele amava sua família, mas amava muito a sua missão, amava demais o seu povo; quis ficar aqui. Somos testemunhas que essa foi uma decisão muito acertada porque o carinho e a dedicação que tiveram com ele nos comove”, comentou emocionada. “Me vi encantada com o amor que tinham por ele. Hoje, pedimos que orem por nós”, encerrou.

Depois da Celebração, a comunidade acompanhou o sepultamento de dom Urbano Allgayer que aconteceu no Cemitério das Irmãs de Notre Dame, na Casa Santa Cruz, também em Passo Fundo. 
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Sammara Garbelotto
Assessoria de Comunicação
Arquidiocese de Passo Fundo