Greve Geral ganha destaque na coletiva de imprensa da Assembleia Geral da CNBB
Igreja Católica brasileira está sensível aos temas que tocam a sociedade brasileira, especialmente, aos mais desfavorecidos.
Na primeira coletiva de imprensa da Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), nesta quarta-feira, 26, após apresentação dos principais assuntos tratados no dia, o tema da Greve Geral prevista para o próximo dia 28 de abril, sexta-feira, foi recorrente entre as perguntas dirigidas aos bispos.
Perguntado sobre qual a orientação da Igreja Católica aos fiéis na hora da escolha de representantes nas eleições de 2018, diante do atual cenário de descrença nos políticos brasileiros, o arcebispo de Mariana (MG), dom Geraldo Lyrio Rocha, esclareceu que “A Igreja não é um partido político; a Igreja não é um sindicato; a Igreja não é uma ONG, como tantas vezes o Papa Francisco tem recordado. Então a posição da Igreja não é uma posição de tomar como bandeira sua, alguma bandeira defendida por este ou por aquele grupo ou partido político. A posição da Igreja se situa mais no nível do discurso ético e da defesa dos valores morais”.
Dom Geraldo aproveitou ainda para reforçar que a Igreja “tem visto assim” e a CNBB tem acompanhado com muita atenção e tem se manifestado por meio de notas e declarações, dando a colaboração que é própria da Igreja diante do preocupante contexto que se vive no país.
É reconhecido que a Igreja Católica brasileira tem tido uma contribuição muito importante diante das problemáticas sociais, juntamente com outras entidades, citando como exemplo a promoção do debate sobre a Ficha Limpa, lei complementar nº. 64 de 1990 originada de um projeto de iniciativa popular que reuniu cerca de 1,6 milhão de assinaturas. “Ano que vem tem eleição. Se nós trabalharmos bem questão da Ficha Limpa, certamente teremos resultados bem melhores na eleição do próximo ano”, afirmou o arcebispo de Mariana.
Durante os nove dias da Assembleia Geral em Aparecida, os bispos visitarão temas como os de liturgia, doutrina da fé, caminho ecumênico, Amoris Laetitia, novas formas de consagração e novas comunidades. Porém, a Assembleia não ficará restrita apenas aos temas religiosos e específicos da vida da Igreja, também está preocupada com as problemáticas sociais atualmente latentes na sociedade, prevendo na pauta da Assembleia uma análise de conjuntura político-social, com o tema “Pensando o Brasil”. “Enquanto estamos reunidos também estamos atentos às várias questões da vida social, da vida econômica, da vida política, afinal, a vida do nosso povo brasileiro”, afirma o cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo de São Paulo (SP).
Por Melissa Maciel
Jornalista da diocese de Osório/RS
Colaborando com a CNBB Regional Sul 3