Leigos e leigas, na Igreja e no mundo
No quarto domingo de agosto celebramos o dia da vocação dos ministérios leigos. Como coincide com o último domingo do mês, comemoramos também o dia nacional do catequista. Os leigos estão no coração do mundo; por isso, são chamados a evangelizar a sociedade, a serem sal e luz nos ambientes onde vivem. Também atuam como colaboradores dos padres nos Conselhos, na catequese, na animação litúrgica, nas Pastorais Sociais e nos diversos serviços pastorais existentes.
Apesar desses serviços que desempenham na comunidade eclesial, a missão mais importante dos leigos é no mundo: na família, no trabalho, na escola, no mundo da política e da cultura, nos movimentos populares e sindicais. São chamados a testemunhar, pela palavra e pela vida, a mensagem de Jesus Cristo. E o fazem semeando os valores evangélicos da solidariedade e da justiça, empenhando-se decisivamente na construção da sociedade justa, fraterna e solidária, sinal do Reino de Deus.
Os leigos têm uma missão necessária e insubstituível. São chamados a construção efetiva do Reino de Deus, “um reino eterno e universal, reino da verdade e da vida, reino da santidade e da graça, reino da justiça, do amor e da paz”, como rezamos no prefácio da missa da festa de Cristo Rei.
O Reino de Cristo cresce onde se manifesta a atitude de serviço, a doação generosa em prol dos irmãos, onde há o respeito pelos outros, onde se luta pela justiça e pela libertação. Felizmente, muitos têm entendido essa missão e se empenhado para bem cumpri-la.
Na Conferência de Aparecida, os bispos da América Latina voltam a insistir sobre a urgência da plena participação dos leigos e leigas na vida e na ação da Igreja: “O projeto pastoral da Diocese, caminho de pastoral orgânica, deve ser uma resposta consciente e eficaz para atender as exigências do mundo de hoje com indicações programáticas concretas, objetivos e métodos de trabalho, de formação e valorização dos agentes e da procura dos meios necessários que permitam que o anúncio de Cristo chegue às pessoas, modele as comunidades e incida profundamente na sociedade e na cultura mediante o testemunho dos valores evangélicos. Os leigos devem participar do discernimento, da tomada de decisões, do planejamento e da execução” (DAp 371).
Na perspectiva do Documento de Aparecida, o papel dos leigos e leigas na vida e missão da Igreja é reconhecido como fundamental. Que todos os leigos e leigas cristãos possam reinar com Cristo e como Cristo, descobrindo e realizando plenamente a sua vocação.
Finalmente, ser leigo atuante é ter consciência do chamado de Deus a participar ativamente da Igreja e do Reino contribuindo para a caminhada e o crescimento das comunidades rumo à Pátria Celeste.
Queridos irmãos e irmãs, leigos e leigas, obrigado pelo sim generoso e pela dedicação no anúncio do Reino de Deus e no testemunho do Evangelho. Que o Senhor Ressuscitado continue iluminando seu caminho de discípulos e missionários!
Dom José Mário Scalon Angonese – Bispo Diocesano de Uruguaiana