O templo de Deus é santo
Normalmente nós temos aquela idéia de um Jesus manso e humilde coração, o Jesus das bem-aventuranças, o Jesus que perdoa os pecadores, que acolhe a samaritana e que é comparado à ovelha mansa que é conduzida ao matador.
Por tudo isto, nós estranhamos a atitude de Jesus no evangelho deste terceiro domingo da quaresma: Estava próxima a páscoa dos judeus e Jesus subia a Jerusalém. No templo, encontrou os vendedores de bois, ovelhas e pombas e os cambistas que estavam aí sentados. Fez um chicote de cordas e expulsou todos do templo, junto com as ovelhas e os bois; espalhou as moedas dos cambistas. E disse aos que vendiam pombas: “Tirai isto daqui! Não façais da casa de meu Pai uma casa de comércio!” (Jo 2, 13-16).
Este tema foi tratado no grande Conselho e todos eles perguntaram a Jesus: “Que sinal tu nos mostras para agir assim?” Ele respondeu: “Destruí este templo e em três dias eu o levantarei” (Jo 2,18-19). É claro que nesta hora ninguém entendeu nada porque ele estava falando a respeito de seu próprio corpo, como templo que seria pregado na cruz e morto, mas ao terceiro dia ressuscitaria. Só bem mais tarde, depois da ressurreição é que os apóstolos se deram conta desta afirmação e desta previsão.
Na primeira leitura deste domingo, nós encontramos o texto do Êxodo, em que Deus apresenta as cláusulas da aliança. É uma linguagem muito atual, já que neste ano eleitoral, os partidos e as coligações estão trabalhando nas alianças e formalizando as cláusulas que precisam ser observadas no caso de uma aliança suprapartidária.
Deus propõe uma aliança com o seu povo, mas Ele propõe as dez cláusulas que deverão ser observadas. Se este povo quiser viver em aliança com Deus, todos eles deverão cumprir estes dez mandamentos.
Tudo isto está plenamente em vigor até os nossos tempos. Hoje ainda, quem quiser seguir este Deus verdadeiro, revelado por seu filho amado, e fazer parte de um povo que segue esta Igreja de Jesus Cristo, precisa também observar os dez mandamentos. São as cláusulas para quem deseja estar em aliança com Deus.
Certamente, se todos observassem os dez mandamentos, o quadro da violência não seria este que nós temos. Falta religião, falta Deus, e falta vivência religiosa.
Dom Zeno Hastenteufel – Bispo Diocesano de Novo Hamburgo